quarta-feira, setembro 20, 2017

Não é que sonhei com ele?



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Isto está grave. Por muito estranho que pareça, acordei estremunhado, saído de um sonho onde eu percorria várias ruas de Lisboa, pedindo que alguém me desse uma razão, UMAZINHA que fosse para se dar o voto a Medina nas autárquicas. Já acordado, reflecti, entre os golos do meu habitual e delicioso café, que pagaria de bom grado um almoço a quem me explicar a razão pela qual as sondagens, os jornais, as TV’s, a opinião publicada, são unânimes em considerar Medina o natural e legítimo (???) vencedor das autárquicas.

O que terá feito este genro feliz, este ajustador directo de obras urgentíssimas, este afortunado herdeiro da Câmara mais importante do País, este jovem de sonsa expressão e verbo trivial, este aprendiz de político hábil, este protegée das televisões que o entrevistam amiúde, com temas e perguntas inócuas e de respostas óbvias, este trapalhão de estratégias eleitorais que transformou Lisboa numa cidade caótica para se circular e estacionar, tudo em nome do sacrossanta doutrina de acabar com os malditos carros, em linha com o pensamento idiota de que devemos todos andar de bicicleta ou caminhar em extensos e largos passeios desoladoramente vazios, criando até curvas e nós onde algumas viaturas, como os transportes públicos, não conseguem sequer circular, este homem sem ideias, de fala mansa e expressão submissa, atenta, veneradora e obrigada, este candidato, enfim, a merecer o estatuto de inevitável vencedor das autárquicas em Lisboa?

Vão por mim. Pago mesmo um almoço num restaurante agradável, perto do mar e cardápio excelente a quem me souber explicar este fenómeno. Mas quem me manda a mim sonhar com Medina?


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