quinta-feira, dezembro 31, 2009

Bom Ano para todos


Clicar na foto para a rolha saltar com mais força

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Eu quero que 2010 seja um ano muito bom para todos os que me são queridos. Que lhes traga tudo o que eu desejo para mim. E que mantenha neles um ideal de esperança e de virtude em tempos tão tormentosos como os que atravessamos. Um voto especial, ainda, para alguém tão especial como o voto que aqui formulo.

Quero ainda saudar com muita amizade e simpatia todos quantos me dão o privilégio de continuarem a ler o Espumadamente, em cuja modéstia dos posts reside um pouco de mim também. Para eles os meus sinceros votos de mil venturas para o ano que começa dentro de horas.

Bom Ano para todos.
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Bater no fundo


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O juiz de instrução processo «Face Oculta» entende que as escutas de conversas travadas entre Sócrates e Armando Vara contêm matéria criminal. Procede de acordo, pelos canais próprios. Após as «mirabolâncias» conhecidas, o Presidente do Supremo manda queimar a prova e acusa o magistrado de Aveiro de ter feito mal o seu papel. Este, de imediato, afirma-se disponível para fornecer, através do Conselho Superior da Magistratura, todas as informações que permitam informar a opinião pública, de forma rigorosa, sobre o que se passou no processo ‘Face Oculta’ relativamente às escutas que envolvem o primeiro-ministro, bem como se estas já foram destruídas.

Isto cheira a quê?
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O pior


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Tem surgido por aí pelos blogues e comunicação social uma extensiva lista do pior de 2009. Curiosamente, todos ou quase todos os incidentes relatados radicam na desmultiplicação de uma figura central - Sócrates, lui même. Por isso, simplificando, eu julgo que o pior de 2009 foi Sócrates, tout court. Tudo o mais é co-relativo, está associado à personagem que ficará como o pior primeiro-ministro de sempre do período democrático. Pelas suas idiossincrasias. Que seriam de somenos se delas não relevasse um período negro da nossa história recente para todos nós e com consequências ainda imprevisíveis, pelo simples facto desta criatura ser o líder do nosso governo. Ainda que democraticamente eleito

O pior de 2009? Sócrates. Sem hesitações.

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Nogueira ataca de novo


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O truculento e insuportável Mário Nogueira, talvez o comunista a quem é concedido o mais longo de tempo de antena em qualquer intervenção, achou que era altura de voltar a mexer o estrugido. No estrugido onde apuram uns quantos professores (é vê-los de novo nos comentários do Educação do meu Umbigo do Paulo Guinote, alguns incitam mesmo à violência), que encontraram no conflito com o ministério de educação a Némesis da sua ética peculiar.

A balbúrdia reinstalada conduz a que, mais uma vez, quem não é professor ou secretário de estado da educação fique completamente a Leste do que está verdadeiramente em discussão. Fica, outrossim, a ideia de que nada está em discussão que não seja pôr o leite ao lume outra vez até que venha por fora. Para isso, os professores contam com a eficiência de Nogueira e dos seus prosélitos e do mode de bovinidade de uma grande parte de professores. Uns porque já não estão para se maçar, outros porque acham que entre mortos e feridos alguma coisa há-de pingar para eles. Outros, ainda e felizmente, por pudor em se verem envolvidos com esta trupe.

Restam os alunos. Os sempiternos prejudicados. Provavelmente um dia destes serão de novo treinados a atirar ovos e tomates à ministra, nos intervalos dos recreios em que anda tudo à chapada. Entre eles e aos professores. Continuarão também os capciosos artigos na comunicação social sobre o défice de formação da nossa juventude como causa principal do nosso atraso.
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quarta-feira, dezembro 30, 2009

Business as usual


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Há pouco tempo atrás, o Sporting Clube de Portugal enaltecia a sua sistemática posição de não embarcar em aventuras na compra de jogadores. Iam jogar com a prata da casa, que para isso é que tinham uma academia. O tempo passou, a equipa apanhou várias tareias, os sócios partiram umas cadeiras, o presidente soltou meia dúzia de ininteligíveis enormidades, as claques disseram uns palavrões e a SAD (ou o Clube, não percebo bem a coisa) desembolsa agora €10.000.000 em novas aquisições.

O que espanta é esta estratégia sui-generis de um clube que primeiro deixa o clube ficar knocked out em termos de campeonato e só depois, quando não há qualquer possibilidade de recuperar a tempo de vir a garantir uns cobres para a próxima época, vir gastar uma pipa de massa. Mas, como soe dizer-se, eles é que tem os livros. Neste caso, os euros…

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Uma questão sistémica


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Peço desculpa mas não alinho no orgasmo colectivo da emulação de Obama, só porque ele achou por bem acusar publicamente, através dos media, os seus serviços de intelligence que, aparentemente, menosprezaram um aviso do pai do terrorista que tentou rebentar com um avião da Delta em Detroit.

Obama não deu um bom exemplo de managerial skills (para usar léxico apropriado) e, sobretudo, desrespeitou os serviços de que, em última análise, é ele o responsável. É um exemplo bom de um chefe mau vir a terreiro falar em culpas dos serviços, mesmo se usando retórica de há muito perfilhada no socialismo moderno, como o sistémico. Afinal, um termo reconhecidamente sistémico na esquerda e/ou regimes totalitários.

É a velha pecha de descarregar para o lado as responsabilidades, sempre que alguma coisa corre mal. No caso vertente, acredito que os serviços de segurança devem receber milhares de avisos catastrofistas sobre a segurança dos norte-americanos. Não deve ser fácil fazer a triagem de todos eles. Mal comparado, é como quando se dá um rapto e chovem telefonemas na polícia de possíveis raptores a confessar, ávidos por um momento de glória.

Sem embargo de procurar responsabilidades e corrigi-las, um bom chefe trata de rectificar o que está mal junto dos seus responsáveis em vez de fazer disso uma peça de propaganda através da comunicação social. Na sua alocução pública, Obama fez lembrar Zapatero. Lula. Chávez. Morales. Ahmadinejad. Ou, vindo por aí abaixo, o próprio Sócrates, com uma escala técnica no nosso inefável Soares.
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terça-feira, dezembro 29, 2009

Semântica peniana


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Foi desleixo. Designar o plural de pénis como pénis em vez de pénises é um erro... do caraças. A questão é que o pénis é uma coisa a que me habituei a considerar no singular, em acções próprias e isoladas, traduzido por miúdos, raramente vejo mais do que um pénis de cada vez, i.e., o meu. Salvo o período em que cumpri o serviço militar, quando via imensos ao mesmo tempo, mas a atmosfera não era verdadeiramente de molde a chamar pénis àquilo.

Aceito, portanto, aqui e agora, a leveza com que me referi a um plural usando a designação singular. Tudo por mor da forma elegante, discreta e sábia como a Margarida me corrigiu. Fico à espera de escrever um post qualquer sobre lápis e ver o que sai dali.

O “post peniano” foi, entretanto, corrigido. Mas, para que conste, o corrector ortográfico dá erro ao “pénises”. Já agora, o que eu não sabia é que o dito cujo leva um acento circunflexo (pênis) no Brasil, o que lhe confere um ar de indesmentível aristocracia. De chapelinho e bigode deve tornar-se uma versão erótica, satírica e claramente burlesca do Clark Gable. Um dia destes, e cá por coisas, vou ao Brasil. Por curiosidade.

Já agora, e para terminar este post verdadeiramente pornográfico, resta dizer que pénis no singular é uma palavra grave (coisa grave isto do pénis). Já no plural ele torna-se esdrúxulo, uma vez que é acentuado na antepenúltima sílaba. Que a pluralidade do pénis poderia configurar algo de esdrúxulo eu já sabia, agora que o pénis, no plural tinha antepenúltimas sílabas é que nem desconfiava...


NOTA: PRIMEIRA FORMA. Afinal este post está todo errado. Uma consulta mais elaborada esclareceu-me que o plural de pénis é pénis e não "pénises". O link que uso para pénises leva a uma definição do inglês, mas traduzido em português. Daí sermos induzidos em erro. Já fui buscar dois lápises para tomar nota do erro em que incorri. Estive para apagar o post, mas depois desta trabalheira, com links e tudo, achei por bem deixar ficar. Apesar de desmerecer da opinião da setôra que melhor português fala em Ermezinde. Sobretudo porque achei piada à ideia do Clark Gable ser parecido com um pênis de bigode...
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segunda-feira, dezembro 28, 2009

Uma ideia gira

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A Tap e a Ana saíram-se das cascas. Bem feito para a Carlota, que passa a vida a falar mal da TAP. Sempre gostava de saber se a Air Brussels deseja Boas Festas assim.

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I have a dream...


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…qual seja o de ver um dia saltar do nosso stock paroquial de heróis de superior craveira moral e cultural, alguém que interrompa o regabofe televisivo a que estamos habituados para, por uma vez, fazerem alguma coisa de útil como este holandês.

Mas acho que terei de esperar sentado. Pelo menos enquanto as televisões pagarem bem e continuarem a obedecer aos critérios de programação, formativa e educacional, que as norteiam. E macacos me mordam se não vão aparecer por aí, ainda, umas entrevistas a «explicar» o ímpeto deste cidadão holandês e enquadrá-lo numa série de factos mais ou menos marcantes que lhe devem ter enformado a personalidade desde pequenino. Desde a mãezinha que o obrigava a comer a sopa toda, até à idade em que, de certeza tarde e más horas, iniciou a sua fase masturbatória. Não esquecendo, provavelmente, a influência das malfeitorias do consumismo, globalização, neo-liberalismo e da administração de Bush, naquilo que é, claramente, um indício de uma persoalidade litigante e carecida de acompanhamento profissional.
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domingo, dezembro 27, 2009

A rosca moída


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A sensação que se colhe é que o jugular abomina sexo mas não fala de outra coisa. E fala tanto que aproveita até o Natal para ilustrar posts com velinhas da season, mas em forma de pilinhas a arder que, como se sabe, é uma coisa que excita imenso e cheia de significado da época.

Desta vez metem-se com os patos. Basicamente, a ideia é que as patas acasalam como deve ser mas depois vêm os chatos dos patos (sempre eles) e estragam tudo. Estragam tudo porque têm os pénis enormes, mal paridos, retorcidos e em forma de saca-rolhas e que afinal consubstanciam uma evolução estranha que intriga verdadeiramente os cientistas. Sobretudo os que se entregam ao estudo dos pénis dos patos. Porque há espécies em que os machos se limitam a depositar esperma nas fendas das fêmeas sem precisar de pénis nenhuns que é uma coisa que só atrapalha. Esquece-se a Palmira Silva de falar em alguns peixes em que as fêmeas soltam os ovos e só depois vem o macho espalhar o sémen procriador por cima dos ovos. Já sem fêmea, que não é precisa para coisa nenhuma e pode muito bem estar a fazer uma sesta, enquanto o macho cumpre a sua missão.

Sonhemos assim com o dia em que a evolução do pato chegue ao homem, que continua a ter um membro viril (ainda por cima com aquela patetice de ter de estar erecto para cumprir a sua missão, o que é manifestamente um estorvo) que só serve para atrapalhar os propósitos das mulheres, mesmo daquelas que querem ter filhos, tanto mais que em breve as poderão adoptar. O homem poderá mesmo ver o seu pénis reduzido a uma tripa espiralada, roscada, em forma de saca-rolhas e as mulheres, as que forem fêmeas, poderão apresentar oviductos (?????) muito longos em espiral, com bolsas naturais.

Isto reserva uma certa esperança aos machos que continuem a achar que usar o pénis para a cópula continua a dar jeito mas, mesmo assim, existe o perigo de numa cena de amor ardente darem com mulheres já de rosca moída. O melhor mesmo é recatarmos os impulsos e deixar a natureza cumprir os seus desígnios, i.e. capar os homens cerce e pôr as mulheres a procriar por divisão celular. Muito mais simples, mais higiénico e faz todo o sentido.
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quinta-feira, dezembro 24, 2009

Globalização


Foto "pifada" daqui . Clicar para ver melhor.

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Um apartamento cuja parede a nascente era toda em vidro. Para lá do vidro, um oceano. Índico. Repleto de magia à descoberta, à qual não me fiz rogado. À varanda, uma portuguesa nascida em Angola, a Marta, filha de um português nascido em Lisboa e de uma portuguesa nascida em Angola, e uma francesa nascida na Costa do Marfim, a Katy, filha de uma inglesa de Londres e de um francês de Montpellier. Num país chamado Moçambique que tinha uma das mais belas cidades do mundo e, de certeza, de África. Dá pelo nome de Maputo.

As garotas eram amigas, bricavam juntas e são hoje mulheres e mamãs. Uma é minha filha e outra é filha de um colega que trabalhou comigo. Andam por aí as duas, a Marta vive em Cascais e a Katy vive em Portsmouth. Os pais da Katy vivem no Sul de França, o pai da Marta vive em Cascais e a mãe repousa perpetuamente na África do Sul. Quem disse que a globalização não tem momentos magic?

Nota: Para quem conheça, lá em baixo é a avenida Friedrich Engels (vulgo miradouro) e a casa de telhado preto é de Armando Guebuza, hoje Presidente da República de Moçambique. Também se vislumbra um pedaço do muro do clube naval, onde dormia o “Fame” que me ajudou a fazer a fascinante descoberta do Índico.

Esta foto, ao contrário do que se possa julgar não é muito antiga. Ainda não tem trinta anos…
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quarta-feira, dezembro 23, 2009

Natal Feliz. Boas Festas



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Natal outra vez. É a pausa, é o amor, é a família. Mesmo que tão maltratada nos últimos tempos. É o amor, na sua plenitude, pelos que já partiram e por aqueles que ainda estão junto de nós. Desde há muitos anos, ou desde ontem, porque os afectos genuínos não precisam de tirocínio nem períodos probatórios. Instalam-se com a naturalidade das coisas boas, sinceras e desejavelmente perenes. Daí que quando gostamos é porque sim, não tem que haver nenhuma racionalidade em anexo e em uso nesta repartição. Por isso é que são genuínos.

O «Espumadamente» é um bocadinho da minha família também. Conheci muita gente boa através dele e ele acompanha-me há mais de cinco anos. Umas vezes com mais paciência e tolerância, outras mostrando, em plenitude, que gosta genuinamente de mim. Tanto quanto eu gosto dele. E como todos gostamos de gostar e ser gostados, é a partir dele que eu quero desejar aqui a todos os amigos e leitores um Natal muito Feliz. Pausado. Sereno. No seio da família.

Boas Festas para todos.

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terça-feira, dezembro 22, 2009

Jocosa e sarcástica


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Clara perdeu, Vasco ganhou. Ainda bem. Porque independentemente de se gostar ou não de Pulido Valente, a queixa de Clara era totalmente desprovida de sentido, a avaliar pela forma jocosa e sarcástica como ela própria se refere e ataca figuras institucionais que lhe deveriam merecer o trato e a elegância que ela não tem. É desbragada, atabalhoada e nunca consegue fundamentar os seus odiozinhos pessoais. Tal como justificar a estapafúrdia defesa que consistentemente faz de José Sócrates. Porque uma coisa são opiniões pessoais e outra o regabofe permanente e rasteiro a que ela se entrega sempre que se refere ao PSD e, que me conste, ninguém lhe pediu € 50.000 de indemnização.
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segunda-feira, dezembro 21, 2009

Solstício de Inverno


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Os dias começam hoje a crescer. Todos os anos é assim e este não teria de ser diferente. Homem de frios, neblinas, aquecimento do carro ligado e noites precoces, todos os anos reparo na data a partir da qual os dias passarão a ser maiores. Uma mania como outra qualquer, nada de grave, uma mera disfunção social num país onde se venera o sol, o calor, o odor corporal no “metro” e os ambientes insuportáveis dos restaurantes que têm aparelhos de ar condicionado, mas nunca os ligam porque há sempre alguém que se queixa de estar a apanhar frio. E sabe-se com o frio provoca pontas de ar, reumáticos avulso e dores lombares. Para além de gripes letais, está bem de ver. A parte boa, porém, é que entrámos oficialmente no Natal. Na modorra dos dias em que pouco ou nada se rende e o tempo sobra para que nos encontremos um pouco mais connosco próprios e façamos o ponto de algumas coisas que ao longo do ano vão sendo engolidas na voragem dos dias. Gosto deste dias. Tempo de preguiça compulsiva e de vagares e lazeres. Tempo, ainda, para nos lembrarmos dos ausentes e de nos chegarmos mais aos presentes, antes que eles se ausentem também. É, estranhamente, o único tempo em que nos sentimos confortáveis com a tristeza. E, também, quando a alegria faz questão de se manifestar com moderação e serenidade.E é um tempo, sobretudo, de harmonia, sem que ela se vista de mera figura retórica. De amor. De família. Dos que a têm e mesmo daqueles que nem por isso. E um tempo em que invariavelmente me lembro dos presos, dos doentes e indigentes. Uma condição de vida tão velha como o mundo e que, provavelmente, nunca desaparecerá. Por todas as razões.

É a minha alusão habitual ao solstício de Inverno. Este post foi escrito exactamente há um ano. Continua actual até à vírgula, por isso o repito. Incluindo a foto. Só mudei o «ontem» para «hoje» porque no ano passado escrevi-o a 22.
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Benfica 1 Porto 0


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Vi o Benfica vs Porto e gostei do jogo. Foi uma resposta, pequenina mas resposta, ao discurso cínico, intriguista e incendiário de Pinto da Costa de dias atrás. Dois pormenores me ficaram do espectáculo. A alarvidade daquelas fumaradas que impediram que se visse o jogo durante uma boa meia hora e a convicção, cada vez mais sólida, de que Quim é o melhor guarda-redes português e deveria estar na África do Sul no próximo ano.

Nota: Esta alusão a Quim nada tem a ver com eventual sobrecarga de trabalho que tenha tido ontem. Mas nos pequenos pormenores se nota a segurança que este homem incute à equipa, para não falar de uma extraordinária defesa que fez e que segurou a vitória.
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As "agressões de referência"

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A SIC Notícias é tida como uma estação de jornalismo sério e responsável. A gritaria, porém, a que ontem se entregou sobre a eventual «agressão» a Pinto da Costa à saída do Altis, os directos e a repetição exaustiva sobre a «agressão» leva a concluir que a SIC está totalmente destituída do sentido de responsabilidade que se exigiria de uma televisão de referência, parece que é assim que se diz. Quem viu a “agressão”, sabe do que estou a falar, para usar a terminologia do mundo da bola.
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A cartilha

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À peixeira, diz o vulgo que lhe salta o pé para a chinela quando lhe vêm os azeites. Aos socialistas deve saltar-lhes a língua para a cartilha que, mesmo puída, lhes continua a nortear as tácticas. Que de tácticas vivem eles, já que de eficiência governativa pouco lhes ensina a cartilha que os iluminou há três décadas atrás e que eles foram reciclando a medida que foram «crescendo».

Só assim percebo a diatribe de Sérgio Sousa Pinto que, vindo da penumbra onde vivia, de repente achou que o Presidente a República não tem nada que se «intrometer» nos assuntos do PS. E disse-o com aquele ar que fez escola de que quem se mete com o PS, leva. Resta saber se Sérgio actuou de motto próprio ou se a missa lhe foi cantada pelo chefe, que ia com ele dizer umas coisas numa sessão qualquer. Para além da inocuidade da afirmação de Sérgio, fica a sensação de grosseria vinda de quem nada se lhe conhece senão o patrocínio das chamadas causas fracturantes, quando o jovem Sérgio estava ainda na JS. Alguém deveria ensinar-lhe que mesmo nos devaneios mais idiotas, o respeito pela dimensão de figuras como Cavaco Silva, pessoal ou institucional, deveria fazê-lo primeiro contar até dez.
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domingo, dezembro 20, 2009

Memória curta?


[3543]

Calhou acordar acordar hoje com o Daniel de Oliveira e com a pluma caprichosa. Que isto de adormecer com o televisor ligado tem destas coisas. Acordamos com aqueles que menos esperamos, não necessariamente com os que desejamos… depende do programa que estiver a dar. E como o Eixo do Mal passou esta manha entre as sete e as oito da manhã, eis que desperto pelo silvo do DO, cada vez mais sibilino, proclamando que a greve é um direito. A greve é um direito. A greve é um direito dos trabalhadores. Claro que ao DO não interessa saber as razões da greve. No caso, referia-se à greve dos empregados das grandes superfícies que, por acaso e nem de propósito, eu acho que é muito bem aplicada. Por mim, estou disposto a não poder ir aos supermercados esta semana, em sinal de solidariedade para com o que eles defendem, entenda-se 60 horas de trabalho semanais e a expressão que mais depressa me ocorre e apropriada me parece é o badamerda do FNV, que poucas vezes vi tão bem aplicado. Mas isso não legitima o DO à proclamação estridente, entre o didáctico e o enraivecido, de que a greve é um direito dos trabalhadores. Porque se há alguém que não pode e, muito menos, deve falar de greves é a esquerda do DO. Pela liminar razão de que com a esquerda não há greves. Nunca houve. O povo trabalhava pela glória do socialismo, andava feliz, empregado e em busca da emulação, na forma de um papel a conferir-lhe um título do trabalhador mais qualquer coisa, e sistematicamente em carência crónica de bens essenciais e no mais completo silêncio. Por isso, o DOl devia refrear o seu entusiasmo e limitar-se a discutir racional e pontualmente a bondade ou maldade da greve X ou Y. Porque não foi a esquerda que gerou a greve como direito dos trabalhadores, mas sim os regimes que democraticamente a inscreveram nas Constituições dos países livres.

Acabei a falar só do Daniel. Mas a verdade é que a pluma nada disse de relevante. Apitou como o comboio antigo da Beira Baixa, deixou-se levar por raivinhas não sei a quê nem a quem e a única coisa que me ficou foi de que não tinha partido. Pena que não parta de vez do programa…

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sexta-feira, dezembro 18, 2009

A força do futebol


A. Lobo Xavier não apanhou o avião para Lisboa, em acção de protesto

[3542]


Um jogo de futebol entre o Benfica e o Porto anunciado para este fim-de-semana foi o suficiente para uma evidente borbulhagem, pela capacidade reactiva de ilustres portuenses (uns não assim tão ilustres, mas com reconhecida capacidade de mobilização) contra a capital do império.

Em menos de vinte e quatro horas, assisti mais ou menos “estupêfacto” (aprendi ontem…) ao seguinte:

- Dois insignes comentadores políticos e que eu genuinamente aprecio perderam nitidamente as estribeiras na Quadratura do Círculo. Lobo Xavier fez uma acção de protesto não vindo a Lisboa ao programa e Pacheco Pereira silvou, positivamente, a expressão sou do Porto, ao mesmo tempo que fuzilava António Costa com o olhar. Com o olhar, porque se tivesse ali uma G3 ou uma Úzi, não daria um tostão pela integridade física da A. Costa. E porquê? Porque o poder central levou uma corrida de aviões para o Tejo. Tal e qual.

- O presidente do principal clube da cidade do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, discursou algures num jantar, brandindo o verbo guerreiro do costume. Desta vez diz que "eles" (entenda-se os lisboetas…) querem destruir o Fóculporto (com licença do FNV, mas acho esta expressão deliciosa), mas que o Fóculporto teve um princípio mas não tem fim. Vai daí, e entre outras tiradas enérgicas, arranca uma afirmação num estilo muito conhecido (à Octávio, um sulista catapultado para a fama pela escola do FCP), segundo a qual ele sabe uma data de coisas, mas agora não diz. Não disse porque não dizia, mas agora não lhe dava muito jeito. Mas quando disser, as pessoas ficarão estupefactas. Com acento circunflexo e tudo. O séquito aplaudiu entusiasmado e salivou só de pensar no que o presidente terá para dizer que tantos vai “estupefactar”.

- Hoje de manha deparo com um outro ilustre blogger a escrever isto. Que me recuso a comentar, como lagarto que sou.

Houve mais manifestações deste tipo. Mas isto chega para definir bem o peso e importância do futebol. Da forma como desperta bairrismos exacerbados e cauciona campanhas intimadatórias como pré-tácticas. O costume, afinal. Formas de ebulição que acabam por contaminar os estádios, mas não faz mal, culpa-se depois as claques, já que elas são constituídas por energúmenos malfeitores, nazis, skin-heads semi-analfabetos e fica a coisa resolvida.

Quanto às corridas de aviões, tenho a certeza que os lisboetas não se importam nada que elas voltem para Porto e Gaia. O que não quer dizer que o festival não tenha audiência no Tejo, sabendo-se como Lisboa tem uma população exógena (muita dela do Porto…) superior aos indígenas. Já quanto a destruir o FêQuêPê, também me parece que ninguém anda verdadeiramente preocupado com isso. Apesar dos incontidos esforços de alguns dos seus responsáveis e simpatizantes para despertar esse sentimento.

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quinta-feira, dezembro 17, 2009

Ainda Lopes da Mota

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Segundo o Diário da Manhã… uhhh… do Governo de Notícias, afinal Lopes da Mota pressionou só um bocadinho. Nada do que se andava para aí a dizer. Uns exagerados e maldizentes, é o que é...
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Ainda Lopes da Mota


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A avaliar pelas intervenções de um advogado que se tornou estrela mediática anunciando que Lopes da Mota está a ser o bode expiatório (não dizendo, embora, de quê ou de quem), considerando que o senhor foi suspenso e que o Procurador-Geral, meio irritado, explicou a uma jornalista que já tem 40 anos disto e que há processos que vão ao ministério público e outros que não vão, atentas as peculiaridades do meu país e as insidiosas campanhas negras que são prática corrente contra o Grande Líder, eu tenho de concluir que Lopes da Mota um dia acordou e pensou:

- Hoje vou pressionar os Procuradores do processo do Freeport.

E mais não disse e desatou por aí a pressionar imenso…
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Aquilo que é... o Tribunal de Contas


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Alguém me ajude a perceber não só como se faz tábua rasa sobre decisões do Tribunal de Contas que eu, por acaso, julgava que era uma instituição importante e respeitável, como também o ar capcioso e a roçar a tolerância e compreensão devidas às crianças travessas com que os membros deste Governo tratam as referidas decisões.

Ultimamente o tribunal tem somado decisões atrás de decisões em que muitas diligências em curso são liminarmente chumbadas. Isso não impede que as diligências e obras continuem e os responsáveis expliquem às pessoas porque é que continuam, com o tal ar de bonomia com que se trata as crianças e os idosos, entenda-se, o Tribunal de Contas.

Hoje era a ministra da Saúde que, sobre a decisão, desculpem, o relatório (SIC) sobre a central de compras dos Serviços de Saúde explicou porque é que a central era necessária. Por tal, portanto e por conseguinte a central é para continuar. Assim. Tout court. E não nos metamos com eles, senão levamos…

P.S. Com Ana Jorge há a particularidade hilariante de esta mulher ser a portuguesa (de certeza) que mais vezes enfeita os complementos directos com pronomes demonstrativos. É superior às forças dela. Ainda esta manhã ela disse, mais ou menos e cito de cor: Relativamente àquilo que é a central de compras blá blá blá, e sobre aquilo que é a decisão do Tribunal de Contas blá blá blá, continuamos firmes naquilo que é uma política blá blá blá e que se traduz naquilo que é uma poupança de. É absolutamente incrível este floreado … naquilo que parece ser uma imagem de marca deste governo. Mas Ana Jorge, aquela que é a ministra da Saúde, abusa naquilo que é o discurso político.

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Hertha BSC 1 Sporting 0


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O meu clube continua a arrastar-se por aí acumulando derrotas. Desta vez foi com o último classificado da Bundesliga. O meu clube começa a rivalizar com o meu primeiro-ministro como um sério motivo de depressão e embaraço. Começo a sentir-me envergonhado…
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Para-anormais


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Um bebé brasileiro foi parar ao hospital porque tinha sessenta (!!!) agulhas espetadas no corpo. Um padrasto extremoso e dado às coisas do oculto achou que a criança devia estar a coberto do mau-olhado e outras malfeitorias esotéricas e tratou de a pôr a salvo das diabruras do mafarrico, que não pára quieto, o chifrudo, e anda por aí à caça de bebés a quem não espetam agulhas.

Fico a torcer para que o homem seja julgado, condenado e que a sentença inclua uma agulha bem grossa por dentro de uma coisa que eu cá sei, mas não digo, não vá o demo susceptibilizar-se com os meus devaneios e eu tenha de ir por aí lançar búzios ou marcar consulta no Professor Karamba.
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You may now kiss the... spouse


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Parece ser hoje o primeiro dia do resto da vida dos Manueis que vão, enfim, poder casar com os Joaquins, as Manuelas casarão com as Marias e tudo ficará na paz do Senhor. E como nos contos de fadas, após a aprovação da lei casam-se todos e só não terão muitos filhinhos porque desconfio que ainda não dá. Nada que não se resolva quando debaterem a adopção dos filhos feitos pelos Joaquins que em vez de casarem com os Manuéis casarão com as Manuelas e pelos Manueis que casarão com as Marias. Nada de muito complicado, é preciso é flexibilidade e quem não salta… não é da malta.

Depois da lei haverá ainda um período de nojo durante o qual os Manueis que casam com as Marias continuarão a ser apelidados de incultos, alarves e homofóbicos, mas sem servir beberete. As críticas permanecerão pela comunicação em geral e pelo Prós e Prós da Fatinha em particular e, ainda, o Manuel Acácio do Forum da TSF continuará a ralhar com os estúpidos dos ouvintes que ousem botar discordância. Até que a coisa se dilua, que até as coisas se diluem na voragem da rotina dos casamentos.

Resta-me deixar aqui as melhores felicidades aos nubentes. You may now kiss the bride… the groom… well… whoever.
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Portugal abanou


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Registou-se um abalo telúrico a cerca de 100 km do Cabo de S. Vicente. A intensidade parece ter variado entre os 5,7 (USA), 6 (Portugal) e 6,3 graus (Espanha) na escala de Richter. Parece não ter havido consequências dada a grande profundidade do epicentro, cerca de 31.000 metros.

São quase oito da manhã e o governo ainda não disse que a culpa foi da oposição. Nem de Cavaco. Ou Santana Lopes. Ou da crise internacional. Ou do aquecimento global. O governo está, claramente, a perder qualidades. Não se ponham a pau e ainda sai por aí uma campanha negra sobre o terramoto.

Imagem descaradamente roubada ao Blasfémias.
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quarta-feira, dezembro 16, 2009

Activistas desactivados


Sugestão para os activistas hoje, em Copenhaga

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Quem estivesse em Luanda em 1975 durante os confrontos entre a Unita e o MPLA, deve lembrar-se de como os guerrilheiros em confronto observavam religiosamente a hora do almoço. Certamente uma herança em bom tempo recebida pelo colonizador luso, a sacralização do almoço fez escola, mesmo durante os mais renhidos combates. Bazucadas, morteiradas e rajadas entre o Catambor e a Vila Alice eram virtualmente suspensas ali pela uma, uma e meia e o luandense experiente sabia que a guerra parava para almoço. Os mais afoitos aproveitavam mesmo esse período para tratar de algum assunto ou abastecer-se de alguns géneros. De vez em quando aparecia uma patrulha ou outra, vergada ao peso de «kalashnikoves», granadas, fitas de balas, que exigiam «dentificação». Não era para mostrar os dentes, era para nos identificarmos e lá dizíamos que éramos o camarada x, se a patrulha era do MPLA, o irmão y, se a patrulha era da Unita e lembro-me até de uma vez que, na dúvida, estive para me identificar como camarão, camarada e irmão, porque a patrulha estava à paisana. Contive-me, os homens estavam cheios de metralhadoras e assim, e já nem me lembro bem como me «dentifiquei».

Esta descrição mais ou menos jocosa não é exclusiva de África. Afinal, também em Copenhaga os activistas recolheram a penates, desde que se abateu sobre a cidade um forte nevão e temperaturas negativas. Que isto de «activar» é muito bonito mas à neve e ao frio, não dá muito jeito. Os activistas têm algum espírito de sacrifício mas tanto assim, não. Daí que fizeram uma pausa meteorológica. Com sorte, o frio e a neve manter-se-ão até ao fim da conferência e os activistas vão activar para outra freguesia. Também em Atenas, os activistas viram-se gregos com a vaga de frio. Não neva, mas chove, que molha muito e traz imensas constipações, e faz um frio dos diabos. Daí que desactivaram também. Despoletaram. Pararam. Desengataram. Neutral. Ponto morto. Enrolaram uma mantinha e foram pôr os pés ao borralho. E acharam que partir montras ao frio é uma maçada. Antes assim. Não vá apanharem uma gripe e o que seria de todos nós sem o folclore desta rapaziada que vai activando pelo mundo fora? Quer dizer, mundo fora não é bem assim, mas seguramente pelo mundo livre, onde os activistas se podem indignar imenso.
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terça-feira, dezembro 15, 2009

A mão por baixo


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Não sou menino nem borracho mas há um grupo de gente preocupada em pôr-me a mão por baixo. Ele é o trânsito, ele é o consumo excessivo de energia, ele é a alimentação impregnada de nitratos, cloretos, sulfatos e outros desideratos, ele é as calorias, a nicotina, a roupa sintética, a poluição, a reciclagem, os pilhões, a incineração, o número de horas de televisão para as criancinhas (independentemente das horas e horas seguida de TV estupidificante ministrada aos adultos), a sexualidade (incluindo a idade em que as criancinhas devem começar a masturbar-se), o racismo, a consciência multicultural, o azar que os americanos e os italianos tiveram em apanhar com o Bush e o Berlusconi e o Blair, enfim, escapa, apesar da cena do Iraque, ele é os pepinos que devem ser direitos, as laranjas que não podem ter cochonilhas, os morangos que têm de ser do mesmo tamanho, ele é o comércio tradicional que deve ser frequentado para não engordarmos mais os malfeitores do capitalismo como o Belmiro, o Jerónimo e correlativos e outros a quem, entretanto, se continua a passar licenças para os maiores centros comerciais da Europa, ele é o frio… o frio… aqui chegado, confesso que me cansa já que me digam que o frio… faz frio, que o frio é muito frio e que temos de ter muitos cuidados com o frio e para isso é que se fizeram os alertas amarelos da Autoridade Nacional de Protecção Civil que eu não sei bem o que é mas serve para dar cor aos «alertas» e recomendar-nos o uso de várias camadas de roupa e cuidados com a condução por causa do gelo porque a água congela a 0 graus e, como se sabe, as temperaturas em Portugal para hoje variam entre os 5 positivos e os 6 negativos. Assim sendo, não fosse não repararmos, somos bombardeados com estes avisos de alerta amarelo, explicações científicas sobre o frio. Para não falar mesmo nos directos com o português típico que está misteriosamente sempre na rua de cada vez que há directos para as televisões e que, entaramelado e trágico como o destino que ele acha que Deus lhe deu, diz para a reportagem que está muito frio. Não fosse não termos reparado. Houve um mesmo que disse, “…então a menina veja que eu costumo pôr o irradiador a 20 graus e hoje cheguei a casa e estava só a 18…”. Independentemente da hermenêutica, ficámos a perceber que até o «irradiador» do senhor sofre com o frio.

Isto, do frio, nos intervalos das notícias sobre o aquecimento global, está bem de ver, ainda há pouco um cientista cujo nome não fixei, afirmou, preto no branco e com ar de quem esteve cinco horas seguidas a estudar as franjas do anticiclone centrado no Golfo da Biscaia depois de ter lido um trabalho sobre a inevitável extinção do urso polar, que a temperatura em Portugal, segundo estudos (????) subiu 0,7 graus C durante o século XX. Ele não explicou que estudos foram esses mas como ninguém lhe vai perguntar, fica assim decretado que o país está a aquecer. Isto porque a linguagem científica o confirma, disse o cientista e eu faço mmuuuuu e acredito.

Mas já me estou a desviar do frio e o melhor mesmo é ficar por aqui. Bom trabalho para todos, janelinhas bem calafetadas, cuidado com as correntes de ar e «correspondências», mudanças de temperatura. Sobretudo, se tiverem febre, cuidado com o paracetamol, pois passar dos 39 de febre para os normais 36,5 é uma mudança brusca de temperatura que pode provocar coriza e tumefacção dos pólipos nasais (escrevi polipos, mas o corrector aplicou-lhe o acento, és capaz mesmo de ter razão, Papoila…).

Adenda:
Acabou de me telefonar um colega muito dado a esta coisa das agriculturas biológicas, normalizadas, bacteriologicamente puras e morfologicamente estéticas (é um esteta este homem…) dizendo que, afinal os pepinos já podem ser tortos. A UE já autoriza. Eu já tinha ouvido qualquer coisa, mas não estava certo. Mas antes assim, que os pepinos querem-se com identidade própria, porque se há coisa mais entediante e carecida de estímulo é a humanidade a comer pepinos iguais, por muito direitos que estejam
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segunda-feira, dezembro 14, 2009

Por mim, estou farto de estar a mais


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O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada. Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.


Mário Crespo, no JN de hoje

Já vi Sócrates processar jornalistas por bem menos. Mas ele também não pode ir a todas…
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O povo a resolver

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Já desabrocham por aí (foi o termo que saiu, mas existe, não existe?) orgasmos múltiplos por causa do murro que partiu dois dentes e cortou o lábio a Berlusconi. Não me dou ao trabalho de fazer links, porque quem anda por estas lides da blogosfera sabe onde encontrar a voluptuosa esquerda que se aquenta e arrebenta com esta «forma de democracia». Há mesmo já quem diga que o que a democracia não resolve tem o povo que resolver.

A apologia da violência deixou de há muito de ser apanágio da esquerda de bota e sarrafo. Hoje está instalada na pluma omnisciente da esquerda bem pensante, sempre à frente na procissãodo homem novo, transportando o andor do iluminismo que nos há-de pôr todos ao estalo um dia destes. Até lá, vamos assistindo a uma dinâmica continuada de cretinismo com este. Pode ser que um dia «eles» se cansem. Ou nos cansemos «os outros que». E, lá está, ou desata tudo ao estalo ou isto cai tudo de maduro.

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O sol do Inverno


Lisboa amanhceu assim anteontem. Pelo menos disse-o a JCD a quem subrepticiamente roubei a foto.
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Ontem, Lisboa passou o dia com 8º e adormeceu com 2º. Para hoje temos 9 durante o dia e 4 para logo à noite.

Nunca o sol é tão brilhante e aquece tanto como nestes dias de frio.
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sexta-feira, dezembro 11, 2009

Eu também quero


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Quando eu for grande e se for constituído arguido por qualquer coisa também quero ser entrevistado pela Judite de Sousa.

Para ver a entrevista de ontem a Armando Vara, clicar aqui:

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Florilégios

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Uma oportuna reflexão do João Miranda no Blasfémias, transcrevendo o discurso de Bush e de Obama sobre o mesmo tema. De um lado, a objectividade, a seriedade de se transmitir uma ideia sem rodriguinhos, falando loud and clear, straight forward e com um grande sentido de responsabilidade sobre os grandes problemas da humanidade. Do outro, para dizer exactamente a mesma coisa, um cortejo de florilégios, um desfile de retórica politicamente correcta onde nem sequer faltou o recurso ao conceito do mal (“…for make no mistake: evil does exist in the world. A non-violent movement could not have halted Hitler’s armies… ») que tão bem serviu para a chacota com que durante anos nos entretivemos a dedicar a Bush.
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Stinks


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O presidente Lula da Silva quer tirar o povo da merda. Ele disse, mas ele não se importa. Ele é do povo e ele disse que o povo também diz merda. Disse-o algures numa discursata qualquer que fez ao rebanho brasileiro e que nem reparei bem sobre quê. E se o povo diz merda, acho bem que o presidente, que veio do povo, como se sabe, diga umas merdices também.

Gostei da merda do Lula. Pelo menos ele diz. Por cá não dizem. Arriscam um palhaço de vez em quando, um esquizofrénico aqui e ali, mandam as pessoas ter juizinho e, no entanto, suspeito que fazemos mais merda que os brasileiros. Provavelmente uma merda europeia, supostamente primeiro-mundista, mas nem por isso mais bem cheirosa. Pelo menos não é à falta de sermos uns cagões encartados.
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Contrastes


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O cineasta Manoel de Oliveira completa hoje 101 anos. Vai celebrá-los a trabalhar, ele que se mostrou tão entusiasmado com o filme que tem agora entre mãos.

Tenho muito respeito por pessoas assim. Não lhes fenece o estímulo pela actividade, o gosto pelas coisas e pela vida e mantêm intacto aquele sentimento de cidadania, no papel que desempenham na sociedade. E dão-nos riquíssimas lições de vida.

O contraste está bem visível em múltiplos programas das nossas televisões em que me arrepia o número incontável de concorrentes e participantes, longe de estarem velhos ou de parecerem doentes, que quando lhes perguntam qual é a sua ocupação respondem, com um sorriso de orelha a orelha: Reformados.

Desejo uma longa vida a Manoel de Oliveira. Quanto aos jovens e sorridentes reformados a que me referi, estimo que este país seja capaz de um dia gerar novas mentalidades e novas oportunidades susceptíveis de mudar o cenário actual.
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quinta-feira, dezembro 10, 2009

Afinal havia pressão. E esta, hein?


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Há alturas em que me apetecia ter um blogue à séria, com arquivos, registos, um sistema afinado que me permitisse esmiuçar os casos que nos vão passando sob o nariz e que depois, por cansaço ou conveniência de alguns acabam por ir para o cesto dos papéis do registo da memória de cada um.

No caso do procurador Lopes da Mota, por exemplo, eu gostava de poder agora enumerar todos aqueles que, á altura, se escandalizaram imenso e fizeram acusações inflamadas sobre as campanhas, negras e torpes, armadas a Sócrates e que sugeriam mesmo que o procurador Lopes da Mota teria feito pressões sobre o caso Freeport. Imagine-se a falta de escrúpulos dos mentores das campanhas negras que iam mesmo ao ponto de achar que havia pressões no sentido de abafar o assunto.

Não me ocorre nenhum em especial, mas lembro-me de todos. Porque são quase sempre os mesmos, não tem nada que saber.

Agora que o Inspector do processo disciplinar aberto ao presidente do Eurojust, por ele ter exercido pressões sobre os investigadores do caso Freeport, propõe suspensão de Lopes da Mota como magistrado do Ministério Público, eu interrogo-me sobre estes zelotas do reino que se escandalizaram tanto com a ausência de escrúpulos dos mentores das campanhas negras que até se lembraram de acusar Lopes da Mota.

Já agora, a mim o que verdadeiramente me preocupa é a forma como tudo isto parece ir acabar. O homem pressionou, sim senhor, vai ser suspenso e ponto final? Não se fica a saber de Lopes da Mota actuou de motto proprio? Ou será que foi manipulado e solicitado no sentido de abafar o escândalo? Aparentemente ele demonstrara já alguma pedalada prévia quando, dizem as más-línguas, fez um telefonema e disse foge, Fatinha, foge e que embalou a senhora para umas férias cariocas antes de vir retomar o lugar de presidente de Câmara. Não custava nada aproveitar a embalagem…

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Não concordo

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Com Maria José Nogueira Pinto ter chamado palhaço àquele deputado do PS que se divertia a debitar apartes, não deixando falar, cortando o fio do raciocínio, inviabilizando qualquer possibilidade de se manter um discurso fluido e coerente. E não concordo porque os palhaços fazem mais ou menos a mesma coisa mas fazem rir. Enquanto o deputado do PS não faz rir ninguém. Limita-se apenas à aplicação dos princípios doutrinários que lhe enformam a cultura política (??), porque pouco ou nada mais descortina para além da esquizofrenia (esta sim, esquizofrenia, não aquela que outro deputado do PS também usou para mimosear a mesa parlamentar) nacional em relação aos que moram na linha de Cascais e têm a mania que são superiores.

Há uma tremenda falta de nível nos deputados em geral e nos do PS em particular, basta reparar que esta prática (não deixar falar ninguém) é seguida sistematicamente. Ensinaram-lhes assim. Ainda há dias o constatei com um tal Perestrelo na RTP, na Quadratura do Círculo com José Magalhães e António Costa, com Sócrates no Parlamento enquanto recomenda juizinho aos deputados e com essa recente e cintilante estrela açoriana que apareceu por aí, cujo nome não me ocorre, sem embargo de isso ser prática corrente naqueles a quem falta, claramente, fundo argumentativo ou seriedade política para poderem discutir seja o que for e que é o caso de uma grande parte dos deputados socialistas.

Embora não concordando com Nogueira Pinto, apenas porque acho que os palhaços merecem melhor sorte e lhes é devido mais respeito, acho que o que Maria José disse foi uma lufada de ar fresco. Vai sendo tempo que não se confunda práticas regimentais normais com falta de educação e de chá. E há alguma coisa que saiba melhor do que saltar-nos a tampa de vez em quando?

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quarta-feira, dezembro 09, 2009

Olho vivo ou D. Alfredina?


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José António Saraiva conta aqui, na Tabu do Sol, páginas 78 a 80, uma história que seria inverosímil em qualquer país civilizado. Mas, ao contrário da opinião expressa em alguns blogues, eu não acredito, sinceramente, que a história envolva qualquer plano inteligentemente urdido para interrogar o director do Sol. Estão lá todos os ingredientes para enquadrar o episódio, desde a localização da Repartição, à dificuldade em identificar o endereço, passando pela forma como JAS é recebido e desce umas escada para uma cave, não sem antes lhe recomendarem para ter cuidado com os degraus.

Eu ainda me recordo quando cheguei a Portugal há cerca de 13 anos atrás, como me impressionava sempre que tinha de me deslocar a algumas instituições e era recebido como se fosse à vizinha pedir uma ramo de salsa. Lembro-me mesmo de uma empresa privada, com alguma relevância no panorama nacional e que ocupava um quinto andar de um prédio numa zona nobre da cidade. E eu chegava, tocava a campainha cá em baixo e ouvia, através do intercomunicador, uma voz com o timbre da tal vizinha a quem se pede um raminho de salsa: “Quem é?” Até essa altura eu estava habituado a ser recebido de forma convencional, com um correcto e profissional “empresa tal, em que posso ajudar?” Voltando ao "diálogo de vizinhas", eu lá dizia quem era e após um período de silêncio, acabava por ouvir o clic da abertura da porta. Um dia, quando eu pensava que tinha já uma certa familiaridade com a recepcionista, respondi que era a D. Alfredina e que precisava de uma chávena de farinha para panar uns filetes. Ela não gostou e, mais grave, acho que não percebeu, sequer, a “graça”.

Esta história do Sol, na minha opinião, não anda muito longe do “quem é?” da recepcionista da tal empresa do 5º andar. Não creio que haja nada para além desta nossa forma pífia, pirosa, de lidar com assuntos sérios, com uma aflitiva ausência de sentido profissional. Basta olhar para a foto do local.

Mas admito que esteja enganado e que isto seja uma historieta de “olho vivo”, mesmo assim à moda da D. Alfredina.
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terça-feira, dezembro 08, 2009

6 anos do Rititi


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6 anos de Rosa Cueca, de Porque hay que tenerlos, de grelames, de tomatames e de Trambolhos D'Ouro, 6 anos a educar o povão, 6 anos de outros diálogos possíveis e dos meus amigos são melhores que os teus, 6 anos de momentos ginas e de estou que não posso, 6 anos a escrever, 6 anos de blogosfera que só me deu e continua a dar coisas boas e 6 anos de um blogue que emigrou, teve ressaca, foi de férias, passou frio em Madrid, teve saudades de Lisboa, festejou reencontros memoráveis, maldizeu autóstradas, ficou grávido e agora se encontra neste feliz estado de não baby blog. Parabéns a mim, parabéns a vocês e parabéns este Rititi, o genuíno Blogue Rosa Cueca, que já alcançou o estatuto de grande clássico da blogosfera nacional. Parabéns.

Que melhor cumprimento senão transcrever este pedaço tão genuino do (a) Rititi e que faz dele um dos melhores de nós?

Besos e parabéns de um leitor fiel. Com a habitual taça de espumante, que o tempo não está para graças
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Tchin Tchin

NR

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segunda-feira, dezembro 07, 2009

Agora é que o Público começa a dar lucro?


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Em seguimento a este meu post e à capa do Público de hoje (acima) eu ia escrever qualquer coisa. Mas apareceu alguém que já o fez. E, decididamente, melhor do que eu o faria. Ora vejam:

Nos últimos dias, a causa do aquecimento global foi abraçada de corpo e alma pelo Público, de uma forma totalmente acrítica, ignorando todo o debate à volta do tema. A capa de hoje é, a todo o tamanho, um sofrível manifesto político, cheio de certezas ‘científicas’ a roçar o ridículo e estranhamente mal escrito. A meio do manifesto, uma referência ao climagate foi inserida a martelo em meia dúzia de linhas, apenas para informar os crentes de que não aconteceu nada. Sim, houve um climagate, mas não quer dizer nada. Sim aldrabaram-nos, mas gostamos mesmo assim. Está bem, aquilo era mentira mas quero mesmo acreditar que era verdade. Como diria o Jorge, Sim, eu sei que me enrabaram e eu gostei, mas isso não quer dizer que seja gay”.

Ontem, a causa militante abraçada tinha sido a dos minaretes. O Público é o jornal dos “Minaretes na Europa, sim, Catedrais em Lisboa, não”. Alexandra Lucas Coelho encheu páginas de acusações à Europa islamofóbica, mas não arranjou espaço para umas linhazitas de lucidez na análise. Os suíços votaram contra os minaretes por medo, por islamofobia, por ignorância. O comportamento das comunidades islâmicas ou de parte relevante dessas comunidades não cabe nesta análise. A preservação dos espaços de acordo com a tradição, gostos ou desejos das comunidades locais também não vale grande coisa e é apresentada apenas como se fosse um álibi. As opiniões extremistas de muitos líderes islâmicos na Europa e fora dela são convenientemente ignoradas como se fossem irrelevantes para o assunto. O radicalismo islâmico é um problema menor. A “extrema-direita” transformou os minaretes em mísseis, sem qualquer razão para tal, e meteu medo aos votantes. O mal está só nos europeus ignorantes.

Abraçando sem qualquer espaço para confronto de opinião todas as causas PC do momento, numa previsibilidade confrangedora, o Público está a transformar-se no novo Jugular da imprensa escrita. Muito pouco para aquele que tem sido sempre o melhor diário português.


JCD aqui

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Den ludere i København har en økologisk samvittighed ( 2 )

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Já agora, e a propósito de Green Sex. É clicar aqui:


http://current.com/items/89975183_green-bras-and-recycled-dildos.htm
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Den ludere i København har en økologisk samvittighed


Os dinamarqueses queriam era quartos destes em Copenhaga

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A caminho do escritório ouvi na TSF uma notícia segundo a qual o governo de Copenhaga fez um apelo à população para disponibilizarem quartos particulares, devido ao elevado número de forasteiros na cidade para a Cimeira Ecológica. De imediato surgiram oito mil quartos disponibilizados gratuitamente.

Já antes as prostitutas tinham anunciado sexo grátis a todos os participantes na Cimeira.

Não se diga que os dinamarqueses não têm uma elevada consciência ecológica. Tanto sacrifício por uma causa é obra. Só falta aparecerem os puristas da coisa (este «coisa» aqui quer dizer mesmo coisa, sem sentidos ínvios do termo…) e oferecerem preservativos grátis. E, já agora, umas pastilhitas azuis, considerando a idade de muitos dos conferencistas.

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Também uma questão de decência


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Porque é que a esquerda sente esta necessidade intestina de estabelecer alianças estratégicas com tudo o que pareça susceptível de descontruir os alicerces de uma sociedade onde, de resto, a própria esquerda confortavelmente se acomoda e movimenta?

Poderão existir um milhão de razões para isso mas uma é, de certeza, comum ao fenómeno: Uma aflitiva falta de seriedade.
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domingo, dezembro 06, 2009

E a família, tudo bem?

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Não é fácil passar ao lado de um episódio típico da nossa gente e reveladora da ligeireza com que aos mais diversos níveis tratamos dos nossos assuntos.

Um assassino perigoso acaba de matar a ex-mulher à frente da filha, em Montemor-o-Velho. Acaba preso e metido numa carrinha, não sem que lhe faltasse tempo e arma para despachar mais uma vítima, na circunstância um dos próprios guardas que o prenderam.

Qualquer filme de 3ª categoria nos mostra como é que estas coisas se fazem. A polícia está minimamente treinada e ensinada para de imediato imobilizar, algemar e revistar um suspeito. E se o suspeito não obedece é alvejado sem contemplações, que um tiro nas pernas não mata ninguém e, pelo contrário, evita que o suspeito mate mais alguém.

Mas isto é nos filmes, devem pensar os agentes da autoridade de localidades como Montemor-o-Velho. No fundo, nestes meios pequenos, toda a gente se conhece. No caso vertente julgo até que era do domínio público que o assassino (alegado, não é?) era um homem extremamente violento para a ex-mulher, com um histórico do conhecimento geral. Daí que, posso estar até a exagerar, mas não me admiraria muito que os guardas o prendessem ao mesmo tempo que lhe perguntavam se a cadelinha já pariu, se já tinha acabado o canal de rega para trazer água do Mondego á horta ou se a carrinha já pegava. Eu sei que não deve ter sido bem assim mas, tenha sido da maneira que fosse, não se entende nem se admite que um homem seja detido depois de ter abatido uma mulher a tiro dentro de uma ambulância e não seja imediatamente algemado e revistado. À força, está bem de ver, com a violência e eficácia que o caso exigisse.
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