segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Coisas novas


[1583]

Gosto de coisas novas. Desta vez foi a mesquita mandada construir por Mohamed V e que é a terceira maior mesquita do mundo, com um minarete acima dos duzentos metros. Ah! E vi o Rick's Café onde Humphrey Bogart morreu de amores por Ingrid Bergman, no filme Casablanca. E tudo isto, precisamente em Casablanca, cidade onde nunca tinha estado. Ah! E comi a mais sensacional mélange de peixe frito da minha vida. Porque acabei por passar seis horas nesta cidade para apanhar uma ligação aérea e continuar viagem.

E assim, muito à pressa, aqui fica o registo.

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sábado, fevereiro 24, 2007

Já volto



[1582]

Vou ali e já venho. Coisa pouca, cerca de uma semana. Já estou a correr para o aeroporto e nem tempo tenho para o Expresso. Fica para logo à noite. Ainda deu, ontem, para ver a brilhante figura do Sporting na árdua tarefa de empatar com o Desportivo das Aves em Alvalade, de maneira que, irritação por irritação, bem posso esperar por logo à noite.

Se tiver tempo, há-de haver sempre um computador num hotel para vir aqui ler falar mal de alguém. Ou bem… depende do quê e de quem. Por exemplo, só li os dois primeiros parágrafos da crónica do Miguel Sousa Tavares e parece-me que ele exercita por ali abaixo um panegírico tão eloquente como quando fala do FêQuêPê. Mas não li tudo.

Fiquem-se bem por cá. Espero voltar a tempo de rever a Caparica e Esmoriz. O que pode acontecer porque, entretanto, as marés (as vivas, aquelas de que se fala como se só agora se tivesse reparado que existem) vão regressando ao seu ritmo normal. Leia-se, baixam de intensidade e “o pessoal” vai outra vez jogar à sueca até às

Bom fim de semana para todos e um até já, que já estava a fugir do sentido do post


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sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Quando o mar galgou a terra...



Visão impossível, um dia destes


[1581]

… é o nome de um filme de Henrique Campos, rodado em 1954 e que tinha personagens como o tio João Brás, uma tia Júlia, um padre (descobri isto tudo
aqui) e artefactos correlativos.

Eu era uma criança da primária e fui levado, em rebanho, a ver o filme, provavelmente para me ir inteirando da gesta portuguesa: pescadores, paixões frustres e proibidas, vida de mar, muita sardinha, muitas ondas e muito frio, muita tragédia. Muitos homens de bigode e muitas mulheres (algumas de bigode também) a chorarem por maridos abalados para a faina e não regressados, etc., etc. e o costume que era assim que o estado Novo ia explicando às criancinhas como é que se devia ser.

A poucos quilómetros de nós, a Holanda (que também deve ter homens de bigode e pescadores e ondas a galgar as praias) achou que viviam num país pequeno e como queriam caber todos lá dentro e desenvolver-se e assim, mesmo com guerras e tudo, arregaçaram as mangas, fizeram diques e hoje, por exemplo, grande parte do trajecto entre Amesterdão e Roterdão é feito por uma estrada abaixo do nível do mar. E isto sem simplex e sem planos tecnológicos.

Por cá é o que se sabe. Ontem à noite, enquanto a RTP consumia duas horas a falar de Zeca Afonso com personagens como Otelo, Letria, Vasco Lourenço e outros melómanos (!) de intervenção (!!) e a TVI se encontrava de escape livre no salão preto e prata com o José Eduardo Moniz vestido de César (acho…) e a Júlia Pinheiro, aos berros, a dizer que hoje não precisava de berrar, o mar galgou a terra outra vez no Esmoriz e na Caparica.

Como em vez de pescadores de bigode e carpideiras de preto agora temos um plano tecnológico, talvez fosse altura de o pôr em prática antes que nos sintamos comidos pelo mar. Já que comidos pelos arautos do regime parece estarmos a ser todos os dias.
Não é necessário que possamos ir de Lisboa a Esmoriz por uma estrada abaixo do nível do mar mas, pelo menos, segurem a barra para conseguirmos manter os tais cerca de 92.000 km2 que tanto noscustaram a arranjar.

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Os testículos de AJJ



[1580]

Eu acho, sinceramente, que Alberto João Jardim faz da grosseria um modo de vida e da demagogia uma forma de se manter pastor encartado de um rebanho atento, venerador e obrigado. Mas sou obrigado a concluir que o que se está a passar actualmente é uma inversão total dos valores da democracia, qualquer que seja a sua Sede geográfica.

O Governo e o Partido Socialista promoveram, alimentaram e subsidiaram o maior ataque de que tenho memória a uma personagem política que, aparentemente, o único pecado que comete é ter uma forma pouco recomendável de se expressar e uma admirável capacidade de manipulação. Porque numa altura em que todos os dias surgem novas personagens constituídas arguidas, como cogumelos, a verdade é que Alberto João não é arguido de coisa nenhuma o que me faz pensar que actua na mais estrita legalidade. Posso não gostar da forma como o faz, mas de ilegal parece não haver matéria que justifique a arguição da criatura. Portanto, a situação parece-me muito clara. AJJ está há 30 anos no poder porque teve capacidade para se promover junto do seu eleitorado e não nos agarremos à ideia de que os madeirenses vivem todos por de trás do sol posto.

Há quem fale de lóbis, pressões no trabalho, jobs for the boys, censuras encapotadas, tráfico de influências, mas eu gostava de saber o que é que isto tem de novo em relação ao país inteiro. De resto, ainda há tribunais onde os ilícitos, havendo-os, são julgados. E não me ocorre nenhum processo que envolva Alberto João nem a personagem é intocável.

Temos, assim, uma notável inversão dos valores da democracia. O homem é eleito democraticamente mas tem de ir à vida porque o PS não o suporta porque ele malcriado, bebe uns copos, folia no Carnaval, fuma charuto e deixou-se fotografar em cuecas. E assiste-se a um formidável ataque à revelia de quaisquer regras da democracia. Por isso, acho que AJJ tem razão em demitir-se. E se ganhar as eleições outras vez, pois que as ganhe. Vendo bem as coisas, com a redução dos fundos a que a Madeira foi sujeita, ele terá de rever os seus programas de desenvolvimento e apresentá-los a escrutínio dentro da realidade actual.


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Leitura obrigatória. Chocante, mas obrigatória.



[1579]

Não é que tenha saído na imprensa dita de "referência". Eu li no 24 Horas. Mas não deixa de ser uma história de contornos bonitos. Ao que parece, há duas semanas, o major Valentim Loureiro, enquanto apelava ao voto "sim" no referendo sobre o aborto, anunciou também publicamente ter dois filhos fora do casamento (um rapaz e uma rapariga), a juntar aos quatro "oficiais". Segundo se percebe pela notícia, o facto não era desconhecido de ninguém em Gondomar, Porto e arredores (e, agora, é conhecido de Portugal inteiro), e a própria família directa já acomodou os descendentes "ilícitos", que jantam todas as sextas-feiras em casa do major. Ambos andam pela casa dos 20 anos e estão integrados na sociedade, estudando Direito e Engenharia.O jornal recolhia vários depoimentos, todos unânimes no reconhecimento da grande humanidade do major. Por exemplo, o ex-secretário de Estado das Comunidades e actual presidente da assembleia parlamentar da NATO, José Lello, considera que o major se "portou muito bem, não distinguindo os dois filhos dos oficiais", acrescentando mesmo, de forma visivelmente comovida, que esta foi "uma faceta bonita que ele teve". Opinião que é partilhada pelo prof. Hernâni Gonçalves (para quem sabe, o "bitaites" dos comentários futebolísticos na televisão), o qual considera todo o episódio "uma situação de grande dignidade". Havendo até quem coloque o major na linha da frente do "combate à hipocrisia e à mentira". É o caso do ex-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos Narciso Miranda. Talvez fosse possível pensar de outra forma, considerando um filho como aceitável fruto episódico da imprevidência, mas dois como sendo sinal já de outra coisa. É provável que a razão esteja com o ex-secretário de Estado das Comunidades, quando diz do major: "É um destemperado, como toda a gente sabe."Mas falta aqui um elo crucial para a compreensão da totalidade da história, a esposa do major, a "D. Joaquina". Segundo o jornal que venho citando, a "D. Joaquina" terá aceitado tudo frontalmente. Nas palavras do escultor José Rodrigues, casado com uma irmã da mulher do major, "aceitar isto da maneira que ela aceitou é brutal. Ela tem de facto um grande amor por ele, uma dedicação tão forte que até comove". Opinião secundada por Lello, para quem "a D. Joaquina é que foi a mulher coragem, (...) que evitou fracturas". É uma perspectiva possível. Embora mentes maldosas certamente pensem de outra maneira. Nas palavras de um amigo que prefere o anonimato, a reacção da "D. Joaquina" deixou o major "de rastos", pois ter-lhe-á dito: "Então agora, toca a assumir responsabilidades." O escultor José Rodrigues ainda se lembra do dia em que "com os olhos borrados de água", o major lhe deu a nova: "Vieram os dois aqui ao meu atelier, a Quina e o Valentim (...) e ele (...) virou-se para mim e disse: 'Zé, quero que saibas que tenho dois filhos.'" Aliás, o escultor José Rodrigues aproveita para confessar: "Eu também tenho uma filha de outra senhora." É interessante, porque Rodrigues, recorde-se, é casado com a irmã da esposa do major, a "Lininha". E Rodrigues sente-se muito afortunado, porque "felizmente a Lininha também aceitou a minha filha como se fosse dela". E, melancólico, reflecte: "Parece coisa de irmãs."Não há muitos comentários a fazer a tudo isto, a não ser corroborar a beleza da história. A beleza do impulso para a propagação da espécie. A beleza do impulso para a preservação da família. A beleza da aceitação tranquila do comportamento "desviante". É uma história que segue a longa tradição portuguesa e ocidental de reconhecer no homem a tendência para a polinização e na mulher a tendência para a domesticação dos impulsos mais animais do homem; é a tradição que reconhece à hipocrisia um grande valor social, ao acomodar os comportamentos humanos mais disruptivos. Nessa tradição, de resto, a família surge como o grande instrumento de socialização dos afectos e da sexualidade. Não fosse a família e o homem distribuiria afecto e sexo por todas as mulheres que com ele se cruzassem e o aceitassem. E mesmo quando o faz, quebrando o contrato estabelecido, é a família que evita a multiplicação de vítimas: a esposa, os filhos, os outros filhos resultantes do desvio.É, portanto, com esta matéria-prima que entramos no Portugal moderno, o qual, segundo as vozes mais autorizadas, terá apenas começado no dia 11 de Fevereiro, depois da despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas, se realizada por opção da mulher, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado. Talvez não fosse este o Portugal moderno com que muitos apoiantes dessa despenalização sonharam. Mas é o Portugal moderno que existe no século XXI. E de uma coisa podemos ter a certeza: não vai ser nenhum referendo nem nenhum "processo Apito Dourado" que vai acabar com ele.


Por Luciano Amaral no DN de hoje.


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A hecatombe



[1577]

A mal dissimulada superioridade moral e civilizacional que ostentamos – entenda-se, nós, os ocidentais – quando nos referimos ao crime que se comete com o armamento de crianças em países como o Burundi, como a Libéria, como já foi em Angola e muitos outros países africanos, deveria corar de vergonha quando deparamos com vídeos de descarada e criminosa demagogia como este.

Via O Insurgente

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quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Pena de mim...



[1576]

Tenham muita pena de mim. Mas muita… Só tenho hoje e amanhã para poder comer como as pessoas. Depois de amanhã voarei, de novo, para um país estranho onde a melhor coisa que consigo comer são as gelatinas, as mangas e os aperitivos do quarto, mesmo num hotel de cinco estrelas.

Concomitantemente, tenho tido pouco ou tempo nenhum para postar. Mesmo para ler. Mas é só uma semaninha, por uns países que mal vêm no mapa. Entretanto, tenham pena de mim, muita pena. Que me vou alimentar de gelatinas, mangas e castanha de caju durante três ou quatro dias…


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Lá, como cá...


[1575]

… os mesmos idiotas há. Ainda se fosse um barco com umas holandesas esquisitas… agora um navio cheio de adubos químicos!

Via
Helena Matos no Blasfémias


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Depois queixam-se...



[1574]

CAA hoje foi ao Dragão:

- Para aplaudir com todas as minhas forças o melhor treinador que já vi no futebol

- Que me importam os escândalos forçados, as medidas de coacção excêntricas, os títulos da imprensa lisboetizada...

- Sei que o meu clube ganhou quase tudo o que havia para ganhar só porque foi melhor, muito melhor, do que os outros...

- Tal como a esmagadora maioria dos sócios e adeptos do Porto que conheço, não quero saber dos prostíbulos alternadeiros ou de quem por lá anda.

- Sou do Porto

- Sou de um clube que é mais do que um clube, simbolicamente superior à região onde nasceu de que é a bandeira mais eloquente, representando a saudável rebeldia que a enobrece.

- Sou do Porto.

- Pertenço a um estado de alma que diverge do resto do país imerso em fado choradinho, pedinchão e tresmalhado na promiscuidade com os poderes públicos.
Faço parte do grupo de gente que resistiu aos intuitos terceiro-mundistas da ditadura católica em construir artificialmente um clube oficial do Estado (como depois também o fez Ceausescu com o Steua).

- Reconheço-me na diferença da gente indomável que não aceita ter dono ou integrar manadas acéfalas que seguem o caminho que outros gizaram para si.
o F. C. do Porto é a excepção portuguesa!



CAA, numa irreprimível catarse. Eu, por mim, sou lisboeta e do Sporting… choradinho, pedinchão e tresmalhado na promiscuidade com os poderes públicos (!!...). Espero que não seja pecado! E continuo a estar-me perfeitamente nas tintas para este provincianismo de pacotilha. É que já não há pachorra.


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quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A gente habitua-se



[1573]

Chegado de fresco a Moçambique, no pós independência, vivi algumas experiências que, à luz da normalidade, me pareciam situações completamente absurdas. Algumas tinham até explicação, por força da conjuntura do momento, mas o que me impressionava era a forma como os moçambicanos encaravam com naturalidade algumas dessas situações e, mais importante, achavam que toda a gente as entendia como eles. Daí que, por exemplo, sentar-me na esplanada do Costa do Sol e pedir um café podia dar azo a um diálogo deste género:

- Traga-me um café, por favor.
- Desculpa. Ainda.
- Ainda? Ainda o quê?
- Ainda. Num podes beber o café.
- Mas porquê?
- Os bombeiro hoje num veio.

E este diálogo singelo continha uma série de subentendidos como, por exemplo, havia falta de água no sistema, quando havia falta de água o dono do Costa do Sol telefonava para os bombeiros e os bombeiros iam lá com o camião-cisterna encher o tanque de água do restaurante. Como nesta fase difícil quase nunca havia água, os bombeiros iam lá quase todos os dias. Quando não iam… bom, acontecia o que me aconteceu a mim. Não podia tomar café porque “os bombeiros não vieram”.

Tudo isto encerrava para mim algum mistério que eu atribuía a razões de latitude e "pesada herança do colonizador"… no fundo, havia uma lógica subjacente ao diálogo, como seja, não há café porque não há água, não há água porque os bombeiros não vieram e eu, vivendo em Maputo, tinha mais era que perceber estas coisas.

Este arrazoado a propósito de quê? A propósito da
JCD ter ido ao Museu do Chiado e ter ficado admirada por só haver um catálogo e mesmo esse era provisório. Pior. Toda a gente acha tudo muito natural. Toda a gente menos a JCD, claro. Tal como eu quando cheguei a Maputo. Mas no fundo, no fundo, o episódio da falta do catálogo é, apenas, o reflexo do povo que somos. Eu sei que é chato, JCD, mas o mais difícil são os primeiros trinta anos. Depois, a gente habitua-se a ir aos museus e não haver catálogos e o empregado achar natural. Ou admirar-se muito porque carga de água nos admiramos nós com isso. Além de que nos ajuda a perceber algumas das idiossincrasias dos moçambicanos e dos angolanos, por força dos professores que tiveram…


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terça-feira, fevereiro 20, 2007

Vida social, em Maputo

[1572]

Eric and Stella celebrate Eric's birthday

00:44
On February 14, Eric, Stella, and Marta went to the Coconuts disco club to celebrate Eric's birthday:). You can see Stella swinging to the tunes while Eric is just busy working on his carrot.

Foi “isto” que encontrei no UTube. Como o "embedding" foi disabled by request, só posso mesmo é deixar um link para se chegar ao vídeo. É
aqui.


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Manhã, tão bonita manhã...



Uma assistência foliona


[1571]

Ando a trabalhar demais para o meu gosto. Mas, pronto. Às vezes tem que ser e cada um é para o que nasce: uns nascem para ir trabalhar de helicóptero e outros têm de trabalhar para ter um helicóptero que, numa versão optimista, pode resultar num carro da gama média. E já não é mau, lá dizia a minha avozinha, vale mais ter mau hálito do que não ter hálito nenhum.

Mas tenho de concordar que acordar num feriado a pensar que tenho uma série de coisas atrasadas para uma viagem que tenho de fazer este Sábado não é das coisas mais recomendáveis. Aumenta o stress, aperta as coronárias e inibe funções nobres que, de outra forma, estariam sempre em regime de disponibilidade permanente.

Posto o dever acima da devoção há que alçar da cama, fazer um café e comer umas torradas com queijo. Aqui começa um dilema já esperado: Vou? Não vou? Afinal não é nada que eu não possa fazer amanhã… mas depois isto e mais aquilo e mais o telefone e estou mesmo apertado… é melhor ir. Ou talvez não. Fico por aqui, vejo um filme, sempre é um dia que não vou a Lisboa, tomo um café perto do mar e vou ver o Will Smith que é um actor que me faz rir, mesmo em papéis sérios, como parece ser o caso no filme que corre por aí.

E é assim que dou por mim a tomar café e a ligar a Tv quase mecanicamente. E… adivinhem. É feriado mas a RTP dá o “Bom Dia Portugal”. E o Bom dia Portugal está a dar reportagens das mais miserandas manifestações passíveis de imaginação, mesmo fértil, como a minha. É um desfile horrendo de gente a falar para a televisão e a falar dos Carnavais das respectivas terras. Torres Vedras, Ovar, Loulé. Velhos vestidos de rameira barata e, provavelmente, rameiras tristes por ter nascido, mascaradas de velhos, crianças vestidos à Júlio César e a responder “siiiiim” às perguntas idiotas de repórteres com sono a interrogarem-se sobre o que é que estão ali a fazer. Não faltou mesmo um folião (!!!!!) a dizer que não têm ajudas nenhumas, que precisam de ajudas, que sem ajudas não vão lá.

Ainda a digerir os Carnavais da paróquia cai-me uma Praça da Alegria em cima. De supetão. Sem avisar e sem direito a recurso. Ao fim de cinco minutos a minha decisão estava tomada. Não mais indecisão. Vou mesmo trabalhar. E, no caminho, vou olhar muito para o mar e pensar que um dia destes ainda dobro, de novo, o Bojador. É só ouvir mais um par de reportagens de carnavais domésticos e um par de Praças da Alegria.

Nota. Não faltou um sociólogo de Coimbra debitar ciência sobre as origens dos Carnavais. Fiquei a saber assim que o Carnaval tem um raiz… agrária. Eu seja ceguinho. O homem devia querer dizer rural, acho, mas saiu-lhe o agrário. Mas ele tem razão. Afinal ele estudou sociologia, tem lá obrigação de saber se há diferenças entre rural, agrária, agrícola, agronómica, que sei eu… com sorte, num dia destes ainda lhe sai uma raiz… agropecuária. Afinal, vi desfilar umas quantas cabeças de gado. O que misturado com a natureza agrária do Carnaval dá a combinação desejada. Fujam. Deixem-me passar… vou trabalhar.


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domingo, fevereiro 18, 2007

A Hora Zero



[1570]

Hoje consegui, finalmente, ver a Hora H, o novo programa do Herman José e respectivos ornamentos. O programa ainda não acabou mas já deu para perceber que a melhor forma de manter algum respeito pelo inegável talento de Herman José de outrora é não dizer rigorosamente mais nada sobre o Herman José actual.


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Não há direito! Julgarem a senhora...


[1569]

Espelho meu, espelho meu, há país mais estranho do que o meu?


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sábado, fevereiro 17, 2007

Hilariante

[1568]



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Tranquilidade





Mar da Tranquilidade

[1567]

Arguidos há muitos, como os chapéus do Vasco Santana. Mas arguidos “perfeitamente tranquilos”… desconfio que, neste particular, Portugal pedala no pelotão da frente.

Na verdade, é raro o dia em que não leio num jornal ou oiço numa televisão que “X” foi constituído arguido mas que “X” se encontra perfeitamente tranquilo.

A mim faz-me um bocado de confusão esta tranquilidade toda, mas isto devo ser eu que, provavelmente, sou um exagerado. A culpa é minha, pois, que complico o que é fácil.

Portugal é um país tranquilo de norte a sul. O que não sei se é bom. Mas que tanta tranquilidade me põe algo intranquilo, põe.


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A qualidade (desejada) dos jornais



[1566]



José Medeiros Ferreira diz que
não fica bem com a sua consciência se não afirmar que o DN, dirigido por António José Teixeira, é um jornal sério e de muita qualidade.

Opiniões. Por mim, não fico bem nem mal com a minha consciência se calar a opinião de que o DN é um exemplo vivo do mau resultado de se criar um núcleo duro de iluminados que pegam num jornal e não olham a meios para educar Portugal. E, já agora, para agradar ao Partido do Governo. Só que, no caso vertente, agradavam tanto que o próprio PS já devia sentir-se incomodado. A omnipresença daquela equipa (e não me refiro só à direcção) e a sua forma peculiar de nos pôr a soro, instilando-nos gradualmente doses de moralismo e um modernismo idiota estava a tornar-se opressiva. Aquela rapaziada (muitos deles com blogues avulso que acabavam por complementar a acção do jornal) estava nas sete quintas.

Daí não viria muito mal ao mundo se isso não se reflectisse, naturalmente, na queda vertiginosa das tiragens. E como ainda não se descobriu forma mais eficiente que o lucro para a manutenção e desenvolvimento de uma empresa, seja ela qual for, alguma coisa tinha de ser mudada.

Como nota final, a mim não me surpreende muito o exemplo do Diário de Notícias. É tudo rapaziada (e perdoe-se-me a repetição do termo) voluntariosa que acha que tem de mudar o mundo e formatá-lo à sua imagem e semelhança, mas que não tem qualquer noção de gestão empresarial. E, pior. Acha que a missão a que se propuseram é tão nobre que o dinheiro há-de aparecer de qualquer lado. Uma velha máxima do socialismo, afinal. Pois, não vem. O jornal tem que se vender por si e não por aquilo que um grupo de iluminados acha que deve impor ao “povo” como valores de uma nova sociedade. Ao mesmo tempo que vão desfilando a sua insuportável pretensa superioridade intelectual.

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E quatro dias depois...



[1565]




Eu estava admirado como é que ainda não se tinha falado no next step. E eles lá sabem que Portugal tem que avançar nestas matérias. E nestas matérias porque esta miudagem não conhece outras. Porque se alguma vez tivessem que avançar em matérias que tivessem a ver com a sua própria sobrevivência em períodos mais ou menos conturbados da nossa história, faltar-lhes-ia em engenho o que lhes sobra em idiotia.


Via Cocanha. A Zazie, aliás, apresenta já uma foto apropriada ao step after. É vê-la aqui. Isto tem que ser step by step se não gastam os cartuchos todos. Além de que pode configurar uma espécie de ejaculação precoce que é coisa que não deve dar jeito nenhum e comprometer o futuro politico.


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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Lucky me...



[1564]

Com um ar paternal, a Blogger informou-me que eu era um dos "few lucky ones" que tinham sido seleccionados (!!) para ser transferido para uma Google account, presumivelmente por já ter um gmail.

Este sistema, velho como o mundo, ou seja comandar um indivíduo dando-lhe a impressão de que nos estão a fazer um favor, lançou-me numa das mais complexas operações de informática de que alguma vez fui alvo. Tem sido penoso mas pareço ter chegado a bom porto.

Tudo junto e somado verifico que:

- A minha palavra-passe mudou e o username, como por encanto, também. E não foi por minha escolha, salvo a da password;
- O meu blog viu-se acrescentado de mais uns gadgets de utilidade duvidosa e de gosto discutível. Um bocadinho como aqueles carros com um cãozinho a abanar a cabeça no painel traseiro do automóvel ou um pindericalho no retrovisor;
- Ainda não atinei com a forma de poder ter a username e password em permanência, sendo obrigado a escrevê-las de cada vez que comento;
- Fiquei com labels ou marcadores, mas ainda não descobri a forma de os distanciar do texto, obrigando-me a uma batota. Editar os posts fazendo dois espaços no fim do texto e aplicando um ponto;
- Finalmente, perdi mais de uma hora um dia destes a corrigir o template, onde os ~ e os acentos transfornaram os meus links em vocábulos hilariantes.

A situação está mais ou menos estabilizada. Mas que foi (está a ser) uma trabalheira, foi. É de justiça realçar que o serviço está mais rápido no carregamento de fotos e publicação de textos. E agora dois espacinhos e…

. Este último é mesmo ponto por causa da tal cena dos marcadores.

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O bom aluno





Clicar na foto para aumentar
A magia da Ilha de Luanda


[1563]

Vou fazer uma viagem de serviço na próxima semana. A meio do itinerário, uma paragem de três dias em Luanda, como de costume, aliás. E, aqui, a porca torce o rabo. Porque medidas recentes obrigam, agora, para a obtenção do visto, o seguinte:
- Tudo o que já era preciso antes, i.e. passaporte, formulário preenchido, fotos, carta-convite de uma empresa angolana, MAIS:
- € 150 (taxa de urgência, mas se não for regime urgente, pode levar quinze dias úteis;
- Cada pessoa (normalmente estafetas de empresas e agências de viagens) não pode entregar mais de seis pedidos de passaporte por CADA senha de ordem de chegada (como nas farmácias);
- O viajante deverá apresentar o extracto bancário durante os últimos três meses e o saldo à data da apresentação do extracto não pode ser inferior a € 1.500. Se na véspera constar um saldo de € 1.000.000 e, entretanto, tiver levantado ou gasto €998.501, o pedido de visto não será aceite. O extracto da Empresa não serve, tem de ser do viajante;
- A carta-convite da empresa angolana deverá ser enviada directamente à Embaixada e o pedido de visto deverá juntar uma cópia. A carta-convite, independentemente do extracto bancário, deve afirmar responsabilizar-se pelas despesas de estadia em Angola;

Há mais dois ou três pormenores que o estafeta me indicou, com cara de quem tinha ido aos patos e lhe saiu um leão ao caminho, mas que não acrescentam muito mais ao que já referi. Como “falhei” em dois ou três itens do pedido de visto, acontece que muito dificilmente o conseguirei em tempo útil, sobretudo porque, adivinhem… terça-feira é feriado e segunda-feira a Embaixada faz ponte (!!).

Decididamente, quem me disser que o nosso legado colonial não foi exemplarmente absorvido e aclamado pelos angolanos, não percebe nada de sociologia. Entretanto, vou ter que alterar itinerários, ir aos outros países onde tinha que ir e deixar Angola para mais tarde. Depois de me passar a azia.



Já agora, para os curiosos, ou para quem conheça Luanda, ir aqui a este Google map e observar a marginal, a Ilha, os muceques, a Samba, o Mussulo...numa escala e com uma definição que dá para reconhecer a marca dos carros.

Nota Final: Para Maputo, já podemos embarcar sem visto e obter um à chegada ao Aeroporto de Mavalane.

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Higiene pública





[1562]

Demitida a direcção do Diário de Notícias


Começava a ser uma questão de higiene. Eu não sei quem é que vai de arrasto com António José Teixeira mas, para já, respiro um ar bem mais saudável.

Aguardemos agora para ver o que acontece e se não há só mudança de moscas.

Nota: Julgo saber que a direcção do 24 Horas também foi demitida.


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Send in the clowns

[1561]



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quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Não a conheço de qualquer lado?



[1560]

A história é comovente.
Jeff teve um ataque de amnésia e, naturalmente, esqueceu-se da mulher. Mais tarde, “conheceu” a mulher e apaixonou-se por ela de novo. Ou a ex, futura mulher é uma personagem irresistível ou o amor tem estas coisas. Entranha-se, como uma bebida que eu cá sei e não há amnésia que o destrua.

Pode ser bom, pode ser mau. Alguns casos poderão mesmo remeter a amnésia para um factor de risco importante da tranquilidade a que um cidadão tem direito. Não vem na constituição, mas devia vir. E reflecte uma deprimente falta de imaginação de um amnésico, uma perigora recidiva, em suma. Noutros… pois, noutros poderá ser a redescoberta do amor e em campo já devidamente arroteado, lavrado e gradado, adubado e de PH corrigido e camalhões armados. o que torna o check-list de tarefas da descoberta da alma e do corpo, aos 40 anos, que é a idade de Jeff, muito mais fácil e cómodo.

Pelo sim pelo não, gostaria de permanecer imune aos riscos evidentes de uma amnésia. A acontecer-me uma partida destas, eu correria alguns riscos evidentes, que não vos digo nem vos conto.


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quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Respected cronists



[1559]

Há poucas décadas atrás, usava-se o fado e a mulher de bigode, vestida de preto a assar sardinhas, para anunciar ao mundo o Portugal orgulhosamente só e cheio de sol para oferecer aos turistas. Era frequente encontrar nas montras de várias agências de viagens por essa Europa fora a imagem da tal velhinha de bigode a assar sardinhas ou do velhinho desdentado e unhas pretas a segurar uma enxada.

Esta forma absurda de promover Portugal, por via de inconfessáveis desígnios dos mentores e simpatizantes do regime, continua a servir como uma luva aos novos aríetes do sistema,
respected cronists do reino, para a mais descarada forma de propaganda. Descuidada e desvairada. Lixo, afinal.

Desgraçadamente, o fado continua a servir de bengala àqueles a quem lhes falece a capacidade intrínseca de justificar opções de vida ou ideologias políticas.

Não fora o fado e a vida desta gente seria, ela própria, um fado. Da desgraçadinha. Assim, de bengala, sempre dá para fado corrido. O que não é mau para os tempos que correm.


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Consumismo?




Morango surripiado à Miss Pearls

[1558]

Este ano percebi uma particular discrição na blogosfera e na comunicação social em geral sobre o chamado dia dos namorados. À excepção de uma ou outra tímida referência ao assunto, a generalidade ignorou a data e os poucos que o não fizeram afinaram pelo diapasão habitual do consumismo bla bla bla. Restaram alguns românticos empedernidos ou, na visão de alguns, consumistas idiotas. Por mim, lembrando-me de tantos “dias de” realmente absurdos, não consigo perceber as referências destemperadas a um fenómeno intemporal e sem fronteiras, qual seja o de namorar. E que bem que sabe ver um post elegante e apelativo
como este



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Namorar





[1557]

Roses are red
Violets are blue
Think how rich I’d be
Se não fosses tu

Se eu rimasse os teus defeitos
Fazia uma grande resma
Mas não te amofines amor
Porque "I lavo-te" à mesma


E ai de quem ouse questionar a minha inspiração, poucos minutos depois de ter entrado no dia dos namorados. Porque acho que a instituição namorada, enquanto tal, é a mais perfeita e reconfortante invenção depois da roda. Por muito que se esforcem algumas minorias, maiorias, "mediarias" e outras métricas que não vêm para o caso. Ter uma namorada é um dever cívico, é um exercício de cidadania é, sobretudo, a possibilidade, mesmo que remota, de se encontrar a mulher amada, aquela a quem possamos chamar, mesmo velhinhos, minha eterna namorada e dizer-lhes, como Sinatra: I get no kick from champagne… but I get a kick out of you. Namoremos, pois.


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terça-feira, fevereiro 13, 2007

Couldn't agree more



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Prá cama, já.



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Joãozinho, já para a cama que já é uma da manhã e a televisão disse que na tua idade dormir menos de 10 horas por dia reduz o metabolismo basal, aumenta-te o stress, abre-te o caminho para a obesidade e para os níveis de colesterol, causa-te irritação, mal-estar, diminui-te a capacidade de raciocínio, reduz-te o apetite e vai-te condicionar a libido quando chegares aos nove anos. Também te provoca acne e impulsiona-te para uma introspecção precoce sobre a descoberta do corpo e pode conduzir-te a tendências suicidárias. Corres ainda o risco de gerar uma personalidade de direita, arrogante e limitada de recursos intelectuais. Vá. Para a cama, já.


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E se não fosse isto, escrevia sobre quê?




The less you think, the safer you feel...
(Inventadinha agora mesmo)


[1554]

Ando a acordar mais cedo e a adormecer mais tarde. Será um sinal inequívoco de que estamos a “andar para a idade” (forma piedosa de dizermos que nos sentimos envelhecer) ou sinal de que até o sono se encaixa na lista das coisas que nos causam, aqui e ali, uma certa falta de paciência? Por outras palavras, andar sem paciência para dormir pode ser um caso de “andar para a idade” ou pode ser pura e simplesmente uma disposição do momento. Acho. Mas não tenho a certeza. Porque certezas são coisas que nos, com o “andar para a idade” pensamos que temos cada vez mais e com mais vezes mas depois pensamos melhor e achamos que afinal não era bem assim, Ou então, a realidade encarrega-se de nos mostrar que certezas continua a haver poucas, independentemente de estarmos a andar para a idade ou não. De qualquer maneira, ter poucas certezas e dormir pouco são, pelo menos, dois indícios, de uma coisa que, essa sim, acho que, “andando para a idade”, fazemos cada vez mais. Pensar. Não que isso resolva alguma coisa, alguma vez. Mas traz o aconchego da consolidação das ideias e das convicções. E repare-se que disse convicções porque certezas, lá está como disse, só é certo que cada vez são mais incertas.

O exercício do pensamento é, todavia, uma prerrogativa que (por enquanto) exercemos livremente e não custa dinheiro. E é bom pensar. Podemos nunca alcançar as almejadas certezas mas, pelo menos, fortalecemos as convicções e isso ajuda a que a vida se vá tornando cada vez mais perceptível. Mesmo sem certezas nenhumas.

E agora vou trabalhar, Porque esta certeza tenho-a, de certeza. É que se paro de trabalhar fico, certamente, com mais tempo para procurar certezas. Mas não tenho a certeza (!!...). E incerteza por incerteza, antes aquela que nos faz pegar no carro e caminhar para a incerteza de hoje e na preparação das incertezas para amanhã.

E hoje está chuvinha e nevoeiro. Como eu gosto. Tudo conjugado para que a marginal ou a A5 estejam pejadas de pequenos toques de chapa que obrigam a bichas de trânsito enquanto se espera para ver quem é que tem a certeza que teve razão. Disso, dos pequenos choques e das bichas, eu tenho a certeza.



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Manifestamente, uma comédia



[1553]

E o pedido de habeas corpus foi considerado manifestamente improce -
dente e os peticionários condenados ao pagamento de custas de 5 UC’s.

Discute-se agora, ali, no P&C se as custas correspondem a cerca de € 480 (um peticionário representado por 10.000 pessoas)ou € 6.000.000, correspondendo a 10.000 peticionários individuais.

Uma boa lição para o ramalhete de figuras públicas que aparecerem na televisão a assinar a petição (com Maria Barroso à cabeça e Fernando Silva de batuta na mão) e que arrastaram cerca de 10.000 incautos numa acção correcta para libertar o sargento de Torres Novas.

Uma acção manifestamente improcedente. Disse o juiz…


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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Facilidade



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O soneto e a emenda?



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Ouvem uma canção da Katie Melua. “My aphrodisiac is you”. A verdadeira, a original. Agora vão
aqui e oiçam a mesma canção cantada por esta jovem. E depois digam qualquer coisa…

Nota: Recuperação rápida da saúde. Que é para cantar mais!


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Ignorância ou má fé

[1550]

Já ouvi várias vezes (muitas) que os portugueses acabam de aderir à modernidade, seguindo o caminho da França, da Alemanha da Espanha, etc..

É preciso ser mais rigoroso nestas coisas, porque a legislação espanhola é, em tudo, semelhante à portuguesa pré referendo. Havia era uma visão muito mais pragmática (que não ilegal) que permitia que as mulheres abortassem dentro da lei.

Apontar a Espanha como exemplo só pode relevar de ignorância ou de má fé.

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Também tu, José Pacheco?

[1549]

Posso estar enganado, mas fiquei com a sensação que
JPP não resistiu, ele também, à euforia do cachecol, da corneta, do gorro e do coirato, com as várias intervenções no seu blogue depois dos resultados do referendo de ontem. Mas pode ser só impressão minha…


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sábado, fevereiro 10, 2007

Reflexões




Clicar na foto para reflectir melhor

[1548]

Hoje fartei-me de reflectir. Amanhã vou reflectir mais um bocadinho.

Nota: Esta mulher é de Benoni, um subúrbio a Este de Johannesburg, à beira da R22 até Witbank e N4 para Belfast, Nelspruit e Komatipoort. Em Benoni há um Bunny Park, paraíso da miudagem, donde ela, de certeza, fugiu.



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2-1 trágico-marítimos



[1547]

O jogadores do Varzim jogam melhor à defesa, nascidos e criados como pescadores tinham que lutar pela vida desde pequeninos… dizia, antes do jogo, o repórter da RTP com aquele ar de tragédia e fado incontornável, só faltava dizer (mas via-se que pensava) que se não fossem os americanos o Varzim jogaria muito melhor ao ataque.

No fim do jogo, depois de uma vitória justa do Varzim, já o repórter dizia que o Varzim tinha sido acutilante, com ataques bem delineados e com uma postura de não sei quê, flancos, ponta do losango, basculando o jogo e mais não sei quê. Já se haviam esquecido dos pescadores e os americanos já não eram para ali chamados.

O Varzim ganhou e ganhou muito bem. E viva o Sporting!



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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

experiência new account

experiência um dois três



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Giv'em a sense of pride...


[1546]

I believe the children are our future
Teach them well and let them lead the way
Show them all the beauty they possess inside
Give them a sense of pride to make it easier
Let the children's laughter remind us how we used to be...

... ... ...

...Because the greatest love of all
Is happening to me
I found the greatest love of all
Inside of me
The greatest love of all
Is easy to achieve
Learning to love yourself
It is the greatest love of all ...

Eles, em Gondomar...



[1545]

Nós em Gondomar
Domingo, vamos votar
E cá o Valentim
Vai votar sim

Sejamos mais sérios…


Por esta pequena amostra, poderão ver como há poesia à solta em Gondomar e um dramático apelo à seriedade. Vale a pena ouvir.
Aqui.


Via
Geração Rasca. Como diz o André, fica por saber se no fim de sessão os putos receberam uma Play Station.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Desculpem qualquer coisinha



[1544]

Estou cansado de
notícias deste tipo.

Há cerca de um ano já eu me queixava de ter a sensação que qualquer dia podia muito bem ser sodomizado e ter de pedir desculpa por estar de costas.

Barbaridades como estas sucedem-se e eu ainda não entendi o que é que é preciso para prender alguns destes senhores e sumariamente os expulsar. E, já agora, não sendo muito “fássista”, com um plural, democrático, ampla e garantidamente livre, tolerante, civilizado, ocidental e ímpio pontapé no cu.

Antes que a história do ter que pedir desculpa por estar de costas se materialize…

O humorista guerreiro


[1543]

Os métodos de vitimização que
RAP adoptou como forma de atingir os fins em vista (sejam eles quais forem) fazem Santana Lopes parecer um menino de coro.

Ah, que pena não haver por aí alguém com o génio (indesmentível) de
RAP para fazer um vídeo com ele a choramingar pelos ataques cerrados de censura de que está a ser alvo.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

As minhas desculpas

[1542]

Certamente por leitura apressada, referi
neste post que Daniel de Oliveira havia sido identificado no último Prós e Contras como "bloguista".

Daniel Oliveira corrigiu-me,
neste comentário, e remeteu-me para o vídeo da sua intervenção.

Daniel de Oliveira tem razão e daqui lhe apresento as minhas desculpas pela forma descuidada como referi a notícia.

O vídeo pode ser visto
aqui.

A batata da lógica

[1541]

Se a autarca de Salvaterra sempre for constituída arguida por causa de uns (alegados) favores ao licenciamento de um bar de alterne, o Bloco de Esquerda passará a ser o único partido com 100% dos seus autarcas constituídos arguidos.

adenda: Este post foi escrito há pouco, às 21:40. Pouco depois dei uma volta pelos blogues do costume e deparei com um post do JCD escrito às 16:35, usando a mesma expressão (100% dos autarcas, etc). Não altero o meu post porque foi uma clara coincidência. A que até achei piada. Mas mais graça ainda teve o facto de, lendo o post do JCD, me ter lembrado de Francisco Louçã a vociferar contra os candidatos bandidos. Sério que já nem me lembrava.

A cana para o foguete


[1540]

Está explicada, finalmente, a vitória do não ao aborto há oito anos. E paira, ameaçadora, outra vitória. E porquê? Perguntem ao JPH, que ele sabe. Por causa das abortadeiras, porque enquanto houver abortos clandestinos elas ganham uma pipa de massa.

Ele há abortadeiras para tudo. Até para condicionar referendos…

Somos os únicos?


[1539]

Eu já desconfiava e cada vez vou ficando com mais certezas. Acho que Portugal é o único país do mundo onde os minutos de silêncio antes dos jogos se transformam nos mais barulhentos minutos de silêncio por força das estridentes palmas que os acompanham.

Não gosto. Um minuto de silêncio é uma forma universalmente adoptada como preito de reconhecimento e respeito por alguém falecido. O aplauso, por muito positivismo que encerre, é uma coisa totalmente diferente.

Ontem, no Portugal Brasil, foi bonito ver 60.000 espectadores em silêncio durante um minuto, pela passamento de um director da FPF.

Post Dupont & Dupond






[1538]


E
eu diria mais: - Onde pára esta menina ?

Um dia vai ser assim...



[1537]

Serão reminiscências da "cultura contra" que cheguei a viver, será o ideal de look masculino que tenho escondido dentro de mim, será, talvez e apenas, um ataque agudo de idiotia por força do cenário envolvente de todos os dias, a verdade é que, aqui e ali, tenho vontade de aparecer assim no escritório. Como na foto. Claro que o passo seguinte será telefonar ao meu next of kin para me irem buscar à Psiquiatria e juntar-me a um movimento qualquer contra a acção discricionária do patronato que não me permite semelhante atavio no local de trabalho mas, entretanto, gozei que nem um preto. É politicamente incorrecto dizer isto, eu sei, mas hoje tenho de dizer gozar que nem um preto, pois acho que contrariamente ao que se lê pela imprensa, os africanos (estou a melhorar…) são aqueles que mais e melhor gozam. São, pelo menos, os que melhor e mais riem – com franqueza, frontalidade, gosto, nada como algumas pessoas que conheço e soltam uns educados hi-hi-his só porque parece mal não achar graça.

Estava a dizer que um dia vou assim para o escritório. Como na foto. Os óculos, já tenho, são iguaizinhos. O “chest hair” também. O cabelo, é mais alinhado e fracote, sem aquele ar de quem acabou de se levantar da cama, mas nada que não se possa desgrenhar a preceito. Sou um bocadinho mais feio mas tenho um ar menos amaricado. E, sobretudo, devo ter muito mais razões para, volta e meia, ter fantasias destas do que o pobre do modelo da foto.

Nota: Este post deve ser uma recidiva perigosa do meu estado de euforia de ontem, quando consegui (so-zi-nho) resolver um problema gravíssimo do meu blog, só pode. Um bom dia de trabalho para todos.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Engenho e arte


[1536]

Provavelmente farei sorrir, com condescendência, alguns dos meus amigos que tomam bytes (bites?) ao pequeno almoço, aumentam o “ram” no ginásio e têm uma “url” de praia para o mês de Agosto. Mas eu não me importo. Eu conto:
Hoje depois de almoço, resolvi mudar a música ao blog. Procedi às manobras habituais, mas quando fiz o delete do code da música que estava instalada (delete o code da música… não acredito que disse isto), distraí-me e deletei o code do bravenet que é onde alojo o meu sitemeter (continuo espantado com as coisas que eu sei…). O resultado desta azelhice é que fiquei sem registo de visitas (
esta senhora foi a última visita…) desde de depois de almoço até há 10 minutos atrás.

Fiquei triste. Abatido. Um dos meus brinquedos favoritos desaparecia assim sem mais nem menos, vanished, up in smoke. E agora? Como é que saberia quem me visita, quantas vezes, a que horas e outras cusquices correlativas? Que sentido teria a minha vida a partir de hoje? Que fazer sem o site meter? Abrir outro blog? Aproveitar e apagar o ataque de piroseira quando o baptizei com este nome? Ficar sem sitemeter?

Pois bem. O melhor está para vir. Então “é assim”. Fui ao bravenet, li, estudei, abri fak’s, preenchi formulários, dei prova de password, changed old mail-adress to another current e-mail adress, o que é certo é que passadas umas "brevíssimas" duas ou três horas (!!!), obtive um “code” em bandeja de prata. Copiei e pastei o code no template, já resignado que iria ficar a zeros (tipo start all over again e … voilá. O velho site meter lá estava, com um buracão enorme entre as cerca das três da tarde e as 23 (até me arrepio de pensar o que será chegar a casa à noite e ter 0 visitas das 3 às 11. Como é que se poderia viver assim?) mas estava.

E pronto. Pareço um puto de arco e balão mas se me dissessem que eu faria isto tudo e sozinho eu não acreditaria. Portanto… anyone com problemas no blog?

E o meu sitemeter lá está, contando visitas, exactamente com o número de visitas que tinha às três da tarde and counting. A partir das 11 pm. Embrulhem.

ex-passageiro da TAP


[1535]

O
João Gonçalves chama-lhes os ornamentos mediáticos do costume. Eu já tinha reparado na ornamentação, como é óbvio e confesso que me admirei por só um dos ornamentos ter falado. Daniel Oliveira, lui même.

E enquanto todos os oradores eram identificados pelo grau profissional (médico neuro-pediatra, penalista, cirurgião e etc., etc., quando chegou a vez do
Daniel Oliveira apareceu a identificação Daniel Oliveira – Bloguista.

Folgo pela formalização desta nova profissão. Bloguista. Não sei se ganha muito, se ganha pouco, mas que é um avanço para a classe, é. E que Daniel está em todas, está.

A minha fantasia é um dia eu ser convidado para ir ao Prós e Contras e aparecer o meu nome e, por baixo, ex-passageiro do Príncipe Perfeito, em puto.

No resto, pouco de novo. Tirando o facto de Pinto Leite agora aparar as patilhas como os futebolistas (leia-se rapar as fontes e depois fica aquele tracinho fininho que nos dá um ar misto de drácula e arrumador de carros na Estefânia, da Marta Rebelo estar mais engraçadinha e daquela senhora cientista que está em Londres e que dizia de minuto a minuto “os meus estudos”, nada de muito novo aconteceu. Gostei de ouvir aquela médica do painel, Cristas, cujo primeiro nome me falhou. Se FCF não lhe cortasse a palavra permanentemente, parecia poderem surgir dela argumentos bem sustentados, em português claro sem precisar de tradução do politiquês. Mas cortava. Talvez por isso mesmo.

Um último apontamento para o número de vezes que as câmaras de TV incidiram sobre
Fernanda Câncio. Vá-se lá perceber porquê…

bidugagá



[1534]

A
azulinha fez ontem um ano.Ela anda ocupada com fraldas, biberões e a parafernália do costume para quem se lembrou de contribuir para o aumento demográfico da paróquia.
Desejo que esteja a correr tudo bem, que estejas feliz e tão babada tão babada que se passe a vida a escorregar na cozinha.
E deixo-te aqui um beijinho de parabéns pelo aniversário do
125.
Volta depressa.

Tchin Tchin

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Postais de BXL



[1533]

O
Postais de BXL faz hoje um aninho, Vai continuar, diz a dona, a partir de N. York, mantendo a marca de origem. Espero bem que continues porque já fazes parte da mobília aqui do Espumadamente.

Um grande beijinho para ti e boa viagem para o dia 10. By the way, o meu mail vem no profile. Qualquer coisa, apita, mesmo sem qualquer coisa apita na mesma. Isto, traduzido pelo Laurodérmio daria qualquer coisa como: - Any thing whistle. The same witwout anything wistle in the same.

Parabéns pelo teu blog. Fresco e bonito como
tu. E esperamos todos estar cá para o ano a celebrar o segundo aniversário. Já agora. Ia mudar a música mas sendo o aniversário do Postais, fica a música mais um dia. Só para ti.

Tchin Tchin

O choro da virgem


[1532]


Fernanda Câncio acomete furiosamente sobre a campanha obscena do “não”. Diz que puseram a Virgem a chorar, fotografaram fetos aos bocadinhos, puseram cartas escritas por embriões nas mochilas dos putos e que andaram a “caminhar” com bebés sob temperaturas negativas.

Fernanda Câncio sabe, porque nao é estúpida, que está a tentar fazer passar um padrão comportamental dos adeptos do "não", como se todos eles fossem como a Fernanda sugere serem. Um rancho de lorpas incultos, obscuros e exemplo vivo de um povo subproduto da época salazarenga. E que os que eventualmente forem mais “iluminados” serão exactamente os mentores destas obscenidades. Por isso eu acho que a crónica dela no DN de hoje (nao consigo o link) é tão obscena quanto as lágrimas de virgem ou as temperaturas negativas (below zero, by the way...) que ela retrata. E mais. É um exemplo de jornalismo rasteiro, objectivamente dirigido e parcial. Porque nao suporta que um rancho de parolos e de beatas incultos lhe ganhem um referendo. É a chamada militância de claque.

Outra hipótese é a
Fernanda ser alérgica ao povo, assim a modos que Jaime Gama e as moscas africanas. Só que Jaime Gama deixou de ir a Africa e a Fernanda Câncio continua a escrever num jornal que me custa € 0,90. Que ninguem me obriga a ler, eu sei, mas o DN é assim um bocadinho como o tabaco. Habituamo-nos, sabemos que faz mal e vamos fumando.

A militância dos adeptos do sim nao me é estranha. Nem sequer a obscenidade com que se desenvolve. Basta ler por aí. Desde o feto que nao é mais que um “resto de período” até às “coisas humanas” há muito por onde escolher. Com uma agravante. É que estas obscenidades vêm de gente culta e engomada. Nao remete para iletrados de velinha na mão a venerarem as lágrimas da Virgem.

A questão é que há obscenidades mais obscenas que outras. Tovavia, a obscenidade é a mesma. Mudam as moscas. Umas são broncas e, quiçá, sinceras. Outras sao polidinhas, escovadas e terrivelmente cínicas.

Quase unânime...


[1531]

"O Zé Diogo considera que ele há o mínimo de unanimidade e o máximo de unanimidade. É quase unânime que o mínimo de unanimidade está a uma distância mínima do máximo de unamidade. Porém entre o mínimo de unanimidade e o máximo de unanimidade está uma média unânime insuficiente para satisfazer o Zé Diogo. Mas atenção. Não é unânime que a unanimidade tenha tamanho."

Rodrigo Moita de Deus no
31 da Armada (a propósito deste post)

Saudades


[1530]

De vez em quando experimento a sensação de tornar o Espumadamente chato e comprido como o sul da Itália, ou como a Suiça, na opinião do Obélix de quando ele atravessou os Alpes a dormir…

Mas, sim, tenho saudades. Uma saudade boa de ter, como dizia a Gal Costa, mas a vida não é MPB. Tenho saudades, ponto parágrafo. E antes que a saudade descambe para a mariquice o melhor mesmo é fazer-me desentendido. E limitar-me a ter saudades de coisas que sabemos que, mais tarde ou mais cedo, reveremos ou voltaremos a ter. O que não é, manifestamente, o caso.

Mas isto das saudades é um bocadinho como o casamento. O mais difícil são os primeiros vinte anos. Depois, a gente habitua-se…

Grrrrrr


[1529]

No “debate”, ontem no C1, dos Grandes Portugueses, tenho que registar duas notas, por muito surpreendentes que possam parecer. Uma a de que a intervenção de Santana Lopes terá sido a mais equilibrada e interessante, por muito que isso “nos” custe, A outra foi um telefonema semi-histérico de um jovem de Coimbra que, com o sangue a ferver, debitou um discurso comum entre nós, como seja o de basear na verdade de factos incontroversos uma forma de militância que poderia muito bem estar já finada entre nós, não fosse o nosso habitual estilo pimpão e barba rija que fazem com que um jovem finalista de comunicação social da Universidade de Coimbra espume de raiva e, parecendo à beira de uma apoplexia, se atreva a mexer em factos históricos para os quais não pareceu estar minimamente preparado.

Ora aqui está um bom exemplo de português, como dizia o Pedro Lomba. E este, tal como Salazar, beirão dos quatro costados. Dentro de um ano ou dois aqui teremos mais um jornalista de causas. Mal preparado e parcial, mas de causas e bem ao estilo de “quantos são? Quantos são?”.

Bater no ceguinho


[1528]

Vi o genial vídeo do RAP sobra a rábula feita a Marcelo (aliás inserido em post) e julgo ter sido consensual que independentemente do posicionamento político de cada um o vídeo era hilariante.

No “Gato” de ontem já me pareceu que RAP está a entrar pelo caminho fácil de "bater mais no ceguinho", não só na rábula a Marcelo Parte II como na generalidade do resto do programa.

Gosto do programa mas receio que a continuarem assim os gatos fedorentos arriscam-se, num futuro breve, a verem a sua audiência limitada ao eleitorado do Bloco de Esquerda e um punhado de jovens mais ou menos distraídos e entusiasmados.